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Banco central americano considerou expansão da compra de títulos, revela ata

Dominou a última reunião de política monetária a discussão sobre quais passos deveriam ser seguidos pelo Fed para garantir mais suporte econômico

Por Da Redação
12 out 2011, 16h11

Autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central americano) consideraram uma nova rodada de compras de títulos, entre outras ferramentas, para atenuar as condições financeiras em um cenário de fragilidade da economia, mostrou nesta quarta-feira a ata da reunião de setembro da cúpula do banco central norte-americano. “A maior parte dos membros concorda que as revisões da previsão econômica garantiram alguma acomodação adicional da política monetária para apoiar uma recuperação mais forte”, informou a ata.

Os membros do banco deixaram uma série de opções à disposição para o caso de a recuperação da economia dos EUA perder fôlego. Contudo, não se comprometeram a nenhuma medida específica na última reunião de política monetária. O documento também destacou que vê recuperação na economia nos próximos trimestres.

Segundo a ata, na reunião ocorrida entre 20 e 21 de setembro, dois dos dez membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) defenderam a adoção de medidas mais robustas para estimular a economia. O texto, porém, não diz quem foram esses membros nem quais medidas foram defendidas.

A ata revelou ainda uma longa discussão sobre quais passos deveriam ser seguidos para garantir mais suporte econômico, incluindo a controversa possibilidade de expandir o balanço do Federal Reserve.

Operação Twist – Uma das decisões do Fed em setembro foi de substituir parte dos treasuries (títulos) de curto prazo que possui em seu balanço por papéis de maior duração – a chamada “Operação Twist”. Três membros do FOMC votaram contra essa medida, preocupados com a possibilidade de ela não fomentar o crescimento da economia e, ao mesmo tempo, aumentar o risco de inflação no futuro.

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O documento também mostrou que outros membros do comitê estavam preocupados com a possibilidade de mais ações de estímulo monetário serem necessárias para derrubar a taxa de desemprego nos EUA. De acordo com o documento, algumas autoridades do Fed que participaram da reunião acreditavam que a compra de mais treasuries pelo banco central seria uma “potente ferramenta que deveria ser utilizada quando fosse justificável recorrer a ações que dessem suporte a um crescimento econômico mais forte”.

Taxas de juros – Desde agosto, o Fed adotou várias medidas para reduzir as taxas de juro e, dessa forma, estimular o investimento e o consumo nos EUA. O banco central norte-americano assumiu o compromisso de manter as taxas referenciais de juro próximas a zero até meados de 2013 e recentemente anunciou a Operação Twist. “Dois membros disseram que as condições atuais e a perspectiva (econômica) justificariam ações mais fortes, mas apoiaram o programa de extensão dos prazos de vencimento nesta reunião, já que não foi descartada a possibilidade de mais medidas serem adotadas em encontros futuros”, de acordo com a ata do Fed.

Os membros do banco central debateram outras propostas de auxílio à economia, como reduzir a remuneração de 0,25% sobre os compulsórios bancários e alterar a estratégia de comunicação da instituição, de forma a torná-la mais clara sobre as condições necessárias para um aperto monetário.

Dois membros do FOMC defenderam mudanças na estratégia de comunicação, “mas não houve decisão” sobre o assunto. Os membros do Fed apresentaram uma perspectiva em geral negativa sobre a economia. Embora a maioria não acredite na possibilidade de uma recessão, vários notaram que, com a desaceleração no crescimento, a recuperação ficará mais vulnerável a choques. Eles citaram riscos “significativos” à expansão da economia, incluindo apertos na política fiscal dos EUA e potenciais efeitos negativos no país decorrentes de um agravamento na crise da Europa. A maioria dos membros do Fed acredita que a inflação neste ano ficará perto de 2% – a meta informal do banco central.

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Discurso crítico – Os recentes esforços do Fed para estimular a economia americana ameaçam gerar inflação e podem minar a credibilidade da instituição, afirmou nesta quarta-feira o presidente da regional da Filadélfia do banco central americano, Charles Plosser.

Em discurso na Universidade da Pensilvânia, Plosser, que é membro votante do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed, criticou a recente decisão do BC dos EUA de trocar seu portfólio de títulos, para forçar uma redução nas taxas de juros de longo prazo e estimular o crescimento. Segundo ele, o Fed deveria evitar ações do tipo, que ameaçam aumentar a inflação ou as expectativas de inflação no médio prazo. “Não devemos ficar tão otimistas de que o alto desemprego levará à baixa inflação”, avaliou. Plosser disse que o desemprego deve seguir alto, apenas com uma queda modesta no próximo ano, talvez entre 8,0% e 8,5%, do atual nível de 9,1%.

A maior incerteza, segundo ele, vem da Europa. Plosser citou especificamente a crise da dívida como um freio para o crescimento global. “Os mercados financeiros estão muito sensíveis diante de notícias da Europa, até mesmo a ponto de ignorar notícias positivas na economia dos EUA”, afirmou ele.

(com Agência Estado e Reuters)

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