Banco alemão Commerzbank anuncia início de operações no Brasil
Instituição espera autorização do BC para começar a atuar até o começo de julho
O Commerzbank, segundo maior banco da Alemanha, anunciou nesta quinta-feira em São Paulo que iniciará operações no Brasil, país que abrigará sua primeira subsidiária própria na América Latina. Até o momento, o banco atua na região com escritórios de representação e por meio de correspondentes locais.
O administrador geral do Commerzbank Brasil, Harald Lipkau, disse em entrevista coletiva que a entidade bancária alemã espera a autorização por parte do Banco Central brasileiro para começar suas operações no final de junho ou início de julho. A primeira agência ficará em São Paulo.
“Temos a licença do Banco Central para constituir o banco e esperamos a licença para poder operar”, detalhou Lipkau, que comentou que o capital inicial da subsidiária será de entre 60 milhões e 70 milhões de euros (entre 239 milhões de reais e 279 milhões de reais).
O novo banco operará no Brasil com clientes jurídicos e com foco nas empresas alemãs e europeias que têm filiais no país e nas brasileiras que pretendam se instalar ou se relacionar na Europa, principalmente na Alemanha. O Commerzbank ainda não pode estabelecer relações comerciais formais com seus potenciais clientes, “mas já sentimos o interesse de grandes, pequenas e médias empresas”, afirmou o executivo.
Lipkau defendeu a presença no país pelas “relações intensas” entre Alemanha e Brasil. A Alemanha é o quarto parceiro comercial do Brasil, atrás de China, Estados Unidos e Argentina.
A escolha por São Paulo ocorreu “de forma natural”, já que se trata da maior metrópole sul-americana e na qual grandes empresas alemãs têm suas principais sedes, como Volkswagen, Bayer, Basf e Siemens, entre outras, citou Roland Boehm, membro do Conselho da Divisão de Corporações Internacionais do Commerzbank.
Boehm destacou que o início de operações no Brasil com uma subsidiária própria é uma “parte importante da estratégia de internacionalização” do banco, que responde por um terço das operações do comércio alemão.
A entidade funciona há 60 anos no Brasil com um escritório de representação. Agora, o banco oferecerá serviços de transferências, operações de câmbio, pagamentos, remessas e comércio exterior.
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Lipkau descartou a “possibilidade de aquisições” de outros bancos, como as operações no Brasil do Citibank que foram postas à venda pela matriz americana. “Isso foi avaliado, mas decidimos constituir uma subsidiária própria. No momento, estamos focados na constituição de nosso próprio banco e não estamos interessados em comprar outro”, ressaltou.
Sobre a complexa situação econômica e a crise política do Brasil, Boehm disse que “não podemos falar do momento político. Mas confiamos que o Brasil vai a emergir e vemos uma tendência positiva a longo prazo”.
(Com agência EFE)