Avaliação do governo e otimismo com a economia caem
Para 77% dos agentes do mercado, ausência de uma política fiscal que funcione é principal entrave, revela pesquisa Genial/Quaest
A análise do panorama político-econômico sob o governo do presidente Lula (PT) experimentou uma deterioração, segundo pesquisa da Genial/Quaest realizada com 100 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do país. O quadro para a economia brasileira, conforme observado por esses profissionais, está gradativamente adquirindo contornos mais desfavoráveis, com a principal razão apontada sendo a ausência de uma política fiscal que funcione. Esse é o principal entrave para a economia para 77% dos participantes da pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 22.
Com a piora na perspectiva fiscal, todos os respondentes descartam a possibilidade de alcançar um déficit zero em 2024. Junto às incertezas fiscais, as avaliações do governo do presidente Lula e de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também sofreram uma queda em novembro. A percepção negativa do governo no mercado atingiu 52%, em comparação com os 47% registrados em setembro. Aqueles que classificam a administração como regular constituem 39%, ante os 41% na pesquisa anterior. Quanto ao desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 43% o avaliam positivamente, em contraste com os 46% registrados em setembro. Em julho, 65% dos entrevistados enxergavam de maneira positiva o trabalho de Haddad.
A preocupação com o controle da inflação é apontada por 56% dos entrevistados, enquanto 44% discordam dessa visão. A média de aprovação para o projeto da Reforma Tributária, aprovado no Senado e prestes a ser votado novamente na Câmara dos Deputados, é de 5.3 (em uma escala de 0 a 10). A pesquisa indica que 74% dos entrevistados consideram o Sistema Tributário atual melhor do que a proposta em questão, 12% acreditam ser equivalente e 14% a consideram pior. Além disso, 73% dos consultados acreditam que as modificações feitas no Senado ao texto do projeto da Reforma Tributária pioraram a proposta.
Em março, 78% acreditavam que a economia iria piorar. À medida que as principais medidas governamentais foram anunciadas, o otimismo cresceu, atingindo seu ápice em julho, quando a maioria (53%) previa uma melhora nos próximos 12 meses. Agora, no entanto, 55% dos entrevistados afirmaram acreditar que a economia piorará nos próximos 12 meses.