Auditoria do Pão de Açúcar não encontra justificativa para pagamentos feitos a Thomaz Bastos
Dos 8 milhões de reais pagos ao escritório do advogado, apenas 500 mil foram confirmados como prestação de serviços, segundo a empresa
O Grupo Pão de Açúcar informou nesta terça-feira que um comitê de auditoria da empresa não encontrou evidências de prestação de serviços relacionados a pagamentos de 8 milhões de reais feitos ao escritório de advocacia de Márcio Thomaz Bastos entre dezembro de 2009 e maio de 2011.
Em comunicado ao mercado, a companhia controlada pelo grupo francês Casino afirmou que os pagamentos totais ao escritório do ex-ministro da Justiça, que morreu em novembro de 2014, somaram 8,5 milhões de reais. Desse valor, apenas 500 mil reais corresponderam a serviços cuja execução foi “possível confirmar, na área de atuação daquele escritório de advocacia”. “Não foram encontradas evidências da prestação dos serviços correspondentes aos demais pagamentos, nem contratos de prestação de serviços que os amparassem”, afirmou o GPA no comunicado.
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A auditoria, contudo, concluiu que “a cadeia de aprovações e procedimentos relacionada a esses pagamentos seguiu os procedimentos da companhia vigentes à época dos fatos”. No período, a empresa tinha o comando dividido entre o empresário Abilio Diniz e o grupo Casino. A auditoria apurou pagamentos do Pão de Açúcar aos escritórios de Thomaz Bastos e Antonio Palocci, ex-ministro do governo petista.
O GPA disse ainda na nota que assinou um contrato com a Projeto Consultoria, de Palocci, para prestação de serviços relacionados à aquisição de uma “empresa do segmento de varejo alimentício, sem que tenham sido identificados pagamentos à firma contratada, nem serviços prestados, resultantes desse ou de qualquer outro contrato”.
No período abrangido pela auditoria, o grupo Pão de Açúcar anunciou a aquisição da rede de varejo de móveis e eletrodomésticos Casas Bahia e fez uma oferta de fusão com a rede de supermercados Carrefour no Brasil. Consultado, o GPA não comentou de imediato que medidas eventualmente poderá tomar a respeito da conclusão da auditoria.
A Projeto não foi encontrada para comentar sobre a auditoria do GPA e tampouco representantes do ex-ministro Thomaz Bastos.
(Com Reuters)