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ATUALIZA3-BC compra dólar a termo;mercado vê em mais intervenção

Por Da Redação
3 fev 2012, 14h23

* Último leilão a termo foi há seis meses

* Liquidação acontece em 20 de março

* Real tem um dos piores desempenhos do dia(Texto reescrito para acrescentar comentários e mais informações)

Por José de Castro

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SÃO PAULO, 3 Fev (Reuters) – A queda continuada do dólar em meio a fortes ingressos de recursos trouxe o Banco Central de volta ao mercado nesta sexta-feira, com a autoridade monetária retomando as compras de dólares conforme a moeda ameaça o “piso” informal de 1,70 real.

Para alguns profissionais do mercado, no entanto, o BC pode precisar ser mais incisivo se quer mesmo manter a taxa de câmbio acima daquele patamar. As perspectivas de novas entradas de recursos estrangeiros diante da recuperação do apetite por risco internacional favorecem um dólar mais enfraquecido.

Nesta manhã, a autoridade monetária anunciou o leilão de compra de dólares a termo, semelhante à compra de moeda no mercado à vista. A diferença se dá na data de liquidação: as compras a termo têm liquidação futura, definida no momento do anúncio, enquanto as aquisições à vista são fecehadas em dois dias úteis.

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A liquidação da operação desta sexta-feira ocorrerá em 20 de março de 2012 e o BC definiu como taxa de corte de 1,7383 real.

Foi a primeira intervenção da autoridade monetária no mercado de câmbio neste ano e a primeira operação desse tipo desde 26 de julho de 2011. Naquele momento, o BC atuava de forma pesada do mercado -também via leilões de compra no mercado à vista e no futuro (swap reverso)- para tentar segurar a cotação, que em torno de 1,55 real rondava as mínimas em 12 anos.

Em 27 de julho, um dia depois de o BC realizar seu última leilão a termo do ano passado, o governo anunciou uma taxação sobre as exposições em derivativos cambiais, feitas tanto por instituições financeiras quanto pessoas físicas, em um esforço para reduzir as apostas contra o dólar e conter a valorização do real.

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AÇÃO ESPERADA

A atuação do BC nesta sexta-feira confirmou expectativas que já circulavam há dias entre os agentes econômicos, depois que o dólar caiu na maior parte do mês de janeiro e atingiu as mínimas em três meses frente ao real. No ano, até a véspera, o dólar acumulava baixa de 7,85 por cento frente ao real.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, considerou que uma intervenção do BC já era esperada, e que a autoridade monetária pode atuar de forma mais agressiva caso considere necessário”.

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“O BC vai querer defender a linha de 1,70 (real), e acho que se esse leilão não surtir o efeito desejado, (o BC) vai fazer um (swap) reverso ou comprar dólar à vista”, afirmou.

Galhardo ponderou, contudo, que o BC terá de ser um “comprador ousado”, uma vez que a tendência do dólar ainda é de queda, refletindo perspectivas de mais ingressos de recursos externos ao país e a melhora no quadro internacional.

O fluxo cambial ao país está positivo em 6,501 bilhões de dólares nas quatro primeiras semanas de janeiro, sustentado praticamente pelo fluxo financeiro.

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Operadores já vinham notando importantes ingressos de recursos ao longo de janeiro, oriundos principalmente de uma série de captações externas anunciadas por empresas brasileiras, iniciadas após o próprio governo fazer uma emissão internacional no início do mês passado.

A última grande captação corporativa foi anunciada pela Petrobras, que lançou 7 bilhões de dólares em bônus no exterior nesta quarta-feira.

Para o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, a estratégia do BC reflete a postura do governo para defender exportadores, que têm suas receitas afetadas pelo câmbio desvalorizado.

“Os resultados da balança no mês passado foram ruins, e ao que tudo indica o governo quer atuar em várias frentes para impedir outro mês ruim. E o câmbio é uma das principais”, afirmou.

Em janeiro, a balança comercial registrou déficit de 1,291 bilhão de dólares, recorde para o mês e o primeiro saldo negativo em dois anos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou recentemente que o governo agiria para proteger o setor exportador.

O anúncio da compra de dólares levou a moeda norte-americana a reverter a queda e passar a operar em alta por algum tempo, batendo na máxima de 1,7291 real e, na mínima, 1,7169 real. Mas, logo em seguida, vieram dados positivos sobre a economia norte-americana, que deixaram o mercado um pouco volátil.

Às 15h23 (horário de Brasília), o dólar era cotado a 1,7210 real na venda, com desvalorização de 0,05 por cento.(Por José de Castro; Edição de Patrícia Duarte)

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