Por Sabrina Lorenzi
RIO DE JANEIRO, 9 Dez – A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP) questiona a eficácia da Chevron no fechamento do poço exploratório por onde houve vazamento de petróleo no campo de Frade, na bacia de Campos.
“Os perfis de cimentação ainda não mostram a perfeita aderência do cimento ao poço. Quer dizer que o abandono do poço ainda não está completo”, disse a jornalistas a diretora Magda Chambriard, nesta sexta-feira.
“Ela concluiu o primeiro e o segundo tampão mas nós ainda queremos ser convencidos de que estes tampões estão garantindo a plena cimentação do poço”, acrescentou a diretora do órgão regulador, após solenidade de despedida do diretor-geral Haroldo Lima, que encerra o mandato no próximo domingo.
Magda evitou comentar se existe a possibilidade de um novo vazamento. Mas afirmou que o fechamento do poço deve garantir “que não está saindo óleo nem nunca mais vai sair”.
“A gente trabalha com salvaguardas, então o que queremos saber é se as salvaguardas do abandono do poço são suficientes ou a gente vai precisar de salvaguardas adicionais”, completou.
Existe a possibilidade, adiantou ela, de a ANP sugerir que a Chevron perfure um poço de alívio ao lado do que vazou, para reduzir a pressão do reservatório. A pressão além do que estimava a Chevron é uma das possíveis causas do vazamento ocorrido no começo do mês de novembro.
“O tampão ainda não garante 100 por cento da integridade do fechamento”.
A ANP, segundo Magda, contabilizou 10 infrações cometidas pela empresa norte-americana, entre as quais a omissão de informação ao órgão regulador na ocasião do acidente, que ocorreu no começo de novembro.
Um laudo do Ibama em conjunto com a Marinha concluiu que o vazamento de óleo ocorrido no poço da companhia norte-americana Chevron, na bacia de Campos, provocou um dano ambiental grave.
(Edição de Marcelo Teixeira)