Assembleia da YPF na segunda-feira oficializa diretoria

Por Marina Guimarães, correspondente
Buenos Aires – O ministro de Planejamento da Argentina, Julio De Vido, e o vice-ministro de Economia e secretário de Política Econômica, Axel Kicillof, anunciaram o fim da intervenção da petrolífera YPF, uma vez que a próxima assembleia de acionistas da companhia, na segunda-feira, designará oficialmente a nova diretoria e o CEO Miguel Galuccio.
Em discurso de duas horas, seguindo de entrevista à imprensa, Kicillof voltou a acusar a espanhola Repsol de provocar um “esvaziamento da YPF por meio do uso irracional de seus recursos”. Para o vice-ministro, a Repsol tomava “as reservas petrolíferas como uma vaca leiteira que iam ordenhar até a morte”.
“Parecia que a YPF era uma companhia que produzia cada vez menos, com cada vez menos recursos, mas todos os indicadores de YPF em mãos da Repsol falam de lucros enormes”, declarou. Kicillof também acusou o grupo espanhol de usar o lucro da argentina para expandir seus negócios internacionais, sem reinvestir no país. “Isso foi feito através da remessa de dividendos ao exterior, entre 2003 a 2012, que chegou a US$ 1,5 bilhão por ano”, citou o vice-ministro. Ele afirmou que, nos dois meses de intervenção, sua equipe confirmou as suspeitas do governo que o levou a tomar a decisão de expropriar 51% de participação da Repsol na YPF, no dia 16 de abril.
“Exploraram, não investiram na superfície e deixaram cair as reservas, a produção e ganharam muito dinheiro”, acusou completando que a Repsol tornou a produção de petróleo e de gás menos da metade do que a YPF produzia. “Deixou, sistematicamente, de produzir.”