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Ásia continua crescendo mesmo diante de turbulência europeia

Por Por Stephen Coates
9 dez 2011, 15h14

A região da Ásia do Pacífico, que durante muito tempo esteve atrás no desenvolvimento, agora é a mais dinâmica do planeta: suas economias impulsionam o crescimento mundial e suas reservas em moedas são cobiçadas pelos Estados Unidos e pela zona do euro.

Em plena crise europeia, o presidente francês Nicolas Sarkozy realizou uma visita relâmpago a China no final de agosto para destacar a importância desse “sócio inevitável” e garantiu que as autoridades chinesas “tinham confiança na zona euro e no euro”.

Neste final de 2011, o crescimento dos Estados Unidos tem dificuldades para decolar, a Europa sofre sua pior crise em várias décadas e o Brasil, uma grande potência emregente, registrou um crescimento nulo no terceiro trimestre.

A Ásia, ao contrário, goza de excelente saúde e a robustez de sua economia está acompanhada de um crescimento de seu papel diplomático.

O presidente americano, Barack Obama, destacou a reorientação crítica e estratégica da política norte-americana nessa região no mundo.

Na sua ilha natal, o Havaí, ao começar uma grande viagem pela Ásia em novembro, Obama presidiu uma cúpula dos 21 países do Fórum Econômico da Ásia e do Pacífico (Apec), onde impulsionou seu projeto de Acordo de Livre Comércio Transpacífico (TPP), destinado a converter a região na maior zona de livre comércio do mundo.

As taxas de crescimento dos países asiáticos são amplamente superiores aos países europeus ou dos Estados Unidos. Até agora, a crise da dívida na Europa pesou muito menos sobre as economias asiáticas, grandes exportadoras, do que a crise financeira de 2008/2009.

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Contudo, os analistas advertem que seu impacto poderia se agravar em 2012, sobretudo se a Europa sofrer uma recessão.

A China e a Índia, as duas grandes potências emergentes asiáticas, mostraram algumas fragilidades durante o terceiro trimestre, com uma desaceleração das exportações, da demanda interior e da produção.

Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan registraram um crescimento menor no fim do ano.

O Japão foi debilitado pelo terremoto e o tsunami do dia 11 de março, embora tenha se recuperado mais tarde, enquanto a Tailândia sofreu inundações históricas no outono, que paralisaram grande parte de suas atividades.

“A principal força da Ásia é financeira. Seus bancos são sólidos e não se afundam com o peso de créditos duvidosos”, declarou à AFP Frederic Neumann, um economista do HSBC.

A China possui reservas colossais de divisas – mais de 3,2 trilhões de dólares no final de setembro – que alguns europeus desejam que sejam investidas no Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), o fundo de apoio aos países mais endividados.

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Contudo, o crescimento chinês se desacelera e em 2011 pode ser de 9,2%, em comparação com 10,4% em 2010, segundo as estimativas da Academia Chinesa de Ciências Sociais. Para 2012, esta instituição prevê 8,9%, seu nível mais baixo em dez anos.

Dong Tao, um analista da Crédit Suisse, previu apenas 8%, ou seja, apenas um pouco mais que os 7% necessários para manter a estabilidade social, segundo as autoridades chinesas.

Frederic Neuman prevê “uma aterrisagem suave” em 2012, mas não acredita que a China possa manter seu crescimento em 2014-2015, baseado fundamentalmente no crédito.

Para os analistas, a Índia corre o risco de sofrer uma aterrissagem brutal em 2012 devido aos vários aumentos das taxas de juros que, apesar de sua frequência (13 em quase dois anos), têm dificuldades para frear a inflação.

Segundo o Banco Asiático de Desenvolvimento, a melhor forma de a Ásia enfrentar a crise europeia é “incrementar o comércio interregional e a integração financeira, assim como os vínculos com as outras economias emergentes”, segundo destacou um relatório no começo de dezembro.

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