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As perguntas que continuam sem resposta no caso do Banco Panamericano

Ainda não se sabe por que irregularidades tão grandes, que aconteciam há 4 anos, só foram descobertas agora e passaram pelo crivo de instituições especializadas em descobrir inconsistências contábeis

Por Da Redação
11 nov 2010, 17h16

A fraude bilionária no Banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos, levanta inúmeras dúvidas. Já se sabe que o banco inflava seus balanços há quatro anos, porque continuava contabilizando carteiras de créditos que haviam sido vendidas a outros bancos como parte de seu patrimônio. Mas ainda não se sabe por que irregularidades tão grandes só foram descobertas há seis semanas pelo Banco Central e passarampelo crivo de tantas instituições especializadas em descobrir inconsistências contábeis no ano passado, quando a Caixa Econômica Federal comprou 49% do capital votante do Panamericano, assumindo 35,54% do capital total. A história ainda está muito mal contada.

Como essas fraudes passaram pelo crivo de quatro auditorias diferentes e do Banco Central na época em que Caixa fez a decisão de investimento no banco, já que aconteciam há pelo menos quatro anos?

Os dados internos do Panamericano eram auditados pela Deloitte. A KPMG, o Banco Fator e a BDO analisaram as contas do banco durante a operação de venda de participação para a Caixa. Nenhuma delas identificou as inconsistências contábeis. A operação de compra iniciada em 2009 só foi concretizada em julho deste ano após a aprovação do Banco Central.

Houve desvio de dinheiro? Se sim, quem se beneficiou dessas fraudes?

Ainda não se comprovou se as fraudes visavam desviar dinheiro da instituição financeira para outros fins.

Sílvio Santos conversou com Lula sobre o caso?

O apresentador se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 22 de setembro no Palácio do Planalto, com o objetivo de pedir uma doação de Lula ao Teleton, programa de televisão que arrecada dinheiro de empresas e pessoas físicas para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Há especulações de que tenham conversado sobre a liberação de recursos do Fundo Garantidor de Crédito para cobrir o rombo no banco Panamericano. Lula nega.

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Por que as irregularidades foram reveladas apenas depois das eleições se o Banco Central já as havia detectado desde agosto?

Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, o diretor de fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, e o procurador-geral, Isaac Ferreira, esclareceram que a atuação do BC ocorreu há seis semanas, assim que as irregularidades foram detectadas – com base no balanço do segundo semestre de 2010 divulgado pelo banco Panamericano no início de agosto. Mas a história só ficou conhecida pelo público nesta última terça-feira.

De quem é a responsabilidade de cruzar dados entre bancos?

O Banco Central descobriu as irregularidades fazendo uma “auditoria circular” no sistema financeiro, que consiste em cruzar dados de compra e venda de carteiras de todos os bancos. Essa fiscalização, segundo o BC, não é rotineira. A instituição diz que era obrigação da auditoria do Panamericano, a Deloitte, comunicar-se com os bancos que compraram as carteiras para averiguar a consistência dos dados, um procedimento denominado “circularização”. No entanto, especialistas dizem que executar essa operação regularmente é responsabilidade do Banco Central.

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