Por AE
Porto Alegre – A disputa por um bem natural cada vez mais escasso, a água, colocou prefeitos e produtores rurais do Vale do Rio dos Sinos em rota de colisão neste início de verão. Preocupados com dificuldades de captação a cada estiagem, como a que estão enfrentando agora, administradores ligados à Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (AMVRS) e ao Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos) passaram a defender o fim do bombeamento para as plantações de arroz na região.
Os agricultores ficariam com a opção de investir em reservatórios próprios, abastecidos pela chuva, ou migrar para outras culturas. Entidades ligadas ao agronegócio reagiram sugerindo que os municípios façam barragens para regular a vazão em época de enchentes e armazenar água para os períodos de seca.
O palco do confronto, ainda limitado aos debates, tem sido as reuniões e audiências em diversos órgãos públicos voltados ao problema da estiagem e também as entrevistas dos dois lados à imprensa. O tema será levado formalmente ao Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos), à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e à Fundação de Proteção Ambiental do Estado, avisa o presidente do Pró-Sinos, Ary Vanazzi, que também é prefeito de São Leopoldo. Se vingar, a proposta prevê que a captação para a lavoura seja reduzida 25% a cada ano, de 2012 a 2015, quando seria suspensa.
O grande problema na disputa de prefeitos e arrozeiros é que a lavoura é cultivada de outubro a fevereiro, período que coincide com boa parte do verão e, consequentemente, com o pico de demanda de água para o consumo humano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.