Arrecadação em maio soma R$ 113,3 bi, alta real de 1,92% ante maio de 2018
Esse foi o melhor desempenho para meses de maio desde 2014; nos cinco primeiros meses do ano, arrecadação federal somou R$ 637,6 bilhões
A arrecadação de impostos e contribuições federais somou 113,3 bilhões de reais em maio, um aumento real (já descontada a inflação) de 1,92% na comparação com o mesmo mês de 2018. Em relação a abril deste ano, houve queda real de 18,63%.
O valor arrecadado foi o melhor desempenho para meses de maio desde 2014, quando a arrecadação ultrapassou 116 bilhões de reais. Entre janeiro e maio deste ano, a arrecadação federal somou 637,6 bilhões de reais, também o melhor desempenho para o período desde 2014. O montante ainda representa avanço de 1,28% na comparação com igual período do ano passado.
Desonerações
As desonerações concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de 40,1 bilhões de reais entre janeiro e maio deste ano, valor maior do que em igual período do ano passado, quando ficou em 34,5 bilhões de reais. Apenas no mês de maio, as desonerações totalizaram 8 bilhões de reais, também acima de maio do ano passado (7 bilhões de reais).
Só a desoneração da folha de pagamentos custou aos cofres federais 768 milhões de reais em maio e 3,6 bilhões de reais no acumulado do ano.
Resultado
A arrecadação de tributos federais alcançou o maior resultado em cinco anos no mês de maio principalmente por conta do recolhimento maior de imposto de renda por investidores e empresas e do aumento de tributos sobre a receita das empresas e sobre importações. Houve alta de 23,47% no pagamento do Imposto de Renda sobre Rendimentos de Capital no mês passado, que somou 3 bilhões de reais. Em um momento em que a Selic está em queda, muitos investidores resgataram investimentos em renda fixa, o que levou ao pagamento do tributo, que incide no momento do resgate.
O coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Claudemir Malaquias, destacou a alta de 5,77% no pagamento de Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), chegando a 12 bilhões de reais, o que ajuda a explicar o resultado do mês. “O desempenho do IR está vindo muito melhor este ano do que no anterior, com perspectiva das empresas de auferirem mais lucro”, afirmou.
Com as previsões para o crescimento da economia passando por sucessivos cortes, Malaquias ponderou que, no curto prazo, a arrecadação não tem relação direta com PIB em período curto de tempo. Ele lembrou que, no ano passado, as receitas cresceram 3,5%, acima do PIB, que subiu 1,1%. “A base do Imposto de Renda, por exemplo, é o lucro. A atividade econômica pode estar contraída, mas a lucratividade maior”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)