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Argentina reduz tensão cambial com emissão de títulos

Presidente Maurício Macri diz que situação atual do país não se compara a crises anteriores

Por AFP Atualizado em 15 Maio 2018, 22h57 - Publicado em 15 Maio 2018, 20h43

A desvalorização do peso argentino se acalmou nesta terça-feira, 15, graças à intervenção do Banco Central da Argentina nos mercados e a uma volumosa emissão de bônus em moeda local que reduziu a demanda por divisas. O Banco Central ainda conseguiu renovar completamente as letras em moeda nacional que venciam nesta terça-feira, por um valor equivalente à metade de suas reservas.

O ministro das finanças, Luis Caputo, informou que o país colocou “cada bônus em pesos a taxa fixa, um a cinco anos com 20% de juros e outro a oito anos com 19%. O valor global foi de 73 bilhões de pesos (quase 3 bilhões de dólares)”. A medida absorveu um grande volume de pesos que, assim, não foram usados na compra de dólares, o que aliviou o mercado cambial, segundo analistas financeiros.

Nas casas de câmbio, o peso subiu 3,61% no fim do dia, com um taxa de 24,63 por dólar, um dia depois de ter recuado 6,23%. No mês, a moeda argentina perdeu 12,3% em relação à americana. Desde o início da corrida, há algumas semanas, o Banco Central sacrificou mais de 10 bilhões de dólares de suas reservas, que fecharam na terça-feira a 52,724 bilhões de dólares.

O governo ainda negocia um crédito com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na semana passada, o presidente argentino, Mauricio Macri, disse que buscou acordo de financiamento com o fundo para conter a desvalorização do peso e a inflação de cerca de 20% ao ano – a meta do governo é chegar a 15%. Para lidar com esse cenário, o país elevou as taxas de juros – foram três altas na semana passada -, que atingiram 40%.

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Nervos mais calmos

Há 17 anos da maior crise econômica social da Argentina, o presidente  Macri reconheceu “que esses dias despertaram angústia e preocupação nos argentinos de que situações como as que vivemos possam gerar uma crise maior, como tivemos no passado. Entendo, mas estamos longe disso. Não há uma situação comparável a outras crises”, afirmou Macri.

No fim da sessão, o Banco Central parecia ter vencido a briga entre o mercado e a autoridade monetária. Contudo, “é prematuro se aventurar, há que esperar vários dias para saber se a corrida acabou”, disse Eduardo Blasco, analista financeiro da Maxinver. “Há alguns sinais de que os principais nervos estão mais calmos entre os grandes operadores”, sustentou Blasco, mas “a angústia continua nos pequenos poupadores, que compram mesmo quando o dólar está subindo”.

Na segunda-feira e terça-feira, o Banco Central ofereceu uma forte intervenção. Nos dois dias, vendeu 1,4 bilhão de dólares, após oferecer 5 bilhões de dólares a uma taxa de câmbio de 25 pesos. “Faz parte do exercício, tem que por um taxa de câmbio que o mercado não considere atrasada e evite assim a migração maciça para o dólar”, disse Ramiro Castiñeira, analista da Econométrica.

Convergência fiscal

“O FMI apoiou este programa econômico. Obviamente, se for haver uma demanda, mas não apenas do Fundo Monetário, também dos mercados, que deu este escalão mais baixo da confiança, nos comprometamos com uma aceleração de ir para a convergência fiscal. Essa é uma responsabilidade dos argentinos”, apontou Marcos Peña, chefe de gabinete.

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Nos últimos dias, Macri teve reuniões emergenciais com câmaras empresariais, governantes opositores e referentes políticos em busca de respaldo.

“Estamos enfrentando um choque: neste período, vamos ter menos de crescimento e um pouco mais de inflação”, admitiu o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne. A inflação da Argentina foi de 2,7% em abril, acumulando 9,6% no ano. O governo estabeleceu 15% como meta de inflação para 2018, mas o FMI calcula 19% e analistas locais 25%.

Em 2017, o crescimento foi de 2,8% e este ano o FMI projetou 2%.

Organizações sociais e sindicais rejeitam a decisão do governo de recorrer ao FMI e pedem uma mudança da política econômica que freie o ajuste em uma sociedade com profundas desigualdades e 25,7% de pobreza no fim de 2017.

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A economia argentina tem um déficit comercial estimado acima de 10 bilhões de dólares em 2018. O déficit fiscal é de quase quatro pontos do Produto Interno Bruto (PIB) e as necessidades financeiras anuais beiram os 30 bilhões de dólares.

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