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Argentina queima reservas e fecha semana com dólar estável

Graças à queima de uma média de 180 milhões de dólares diários, o preço da moeda foi mantido. O governo agora concentra esforços em conter a inflação

Por Da Redação
1 fev 2014, 16h10

Após uma semana de flexibilização do ‘cerco ao dólar’, o governo da Argentina conseguiu estabilizar a cotação da moeda americana no mercado formal. Para isso, queimou reservas monetárias e agora concentra seus esforços para conter a inflação.

O Banco Central conseguiu manter o peso estável nesta semana, após ofertar dólares no mercado cambial, com uma perda média de 180 milhões de dólares diários em reservas. O órgão informou nesta sexta-feira que as reservas internacionais voltaram a cair mais 170 milhões de dólares ao longo do dia e se situaram em 29,17 bilhões de dólares, seu nível mais baixo desde 2006. Com esses movimentos, o preço do dólar no mercado oficial foi mantido sem muitas alterações nos últimos cinco dias, após as turbulências cambiais da semana passada, quando o peso argentino teve desvalorização de 17%.

Nos bancos e nas casas de câmbio, a moeda americana teve uma leve queda em relação à cotação de quinta-feira. O dólar fechou em 8,01 pesos, enquanto no mercado informal caiu para até 12,60 pesos por unidade, 20 centavos a menos que na quinta-feira e em um nível intermediário entre o fechamento da semana anterior e o máximo da quarta-feira.

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Inflação – Uma vez estabilizado o preço do dólar oficial, o governo argentino agora concentra esforços para conter a inflação, que fechou 2013 em 28,3%, e que, de acordo com estimativas, pode chegar a 30% no final de 2014.

Na manhã de sexta-feira, em sua habitual entrevista coletiva, o chefe do Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich, voltou a denunciar os ataques especulativos que tentam criar uma “ação psicológica de desestabilização permanente” após a depreciação do peso. Ele advertiu que esses ataques não vão atingir seu objetivo na Argentina, pois o país tem um “poder político consolidado” e um partido governante com maioria parlamentar. Capitanich também investiu contra empresários, sindicatos e oposição e insistiu na vontade do Executivo de manter o controle de preços, a principal ameaça para a economia argentina. “Basta de empresários inescrupulosos que utilizam os trabalhadores para extorquir o Estado com o objetivo de conseguir um subsídio, basta. A Argentina não necessita desse tipo de empresários”, disse.

Capitanich também atacou os produtores que ainda não venderam suas produções e que, portanto, não liquidaram divisas, necessárias para aumentar as reservas do Banco Central. Essa declaração foi prontamente respondida pelo presidente das Confederações Rurais Argentinas, Pedro Apaolaza, que garantiu, em entrevista a uma rádio local, que os produtores venderiam quando considerassem necessário. “Este é um país livre. Cada um faz a economia que pode. O produtor vai comercializar quando considerar oportuno”, disse.

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Preço da carne – A desvalorização da moeda argentina impactou também no preço da carne que, de acordo com responsáveis do setor, subiu até 15% em relação à última semana. “Os aumentos começaram na segunda-feira e até agora não pararam. Já na sexta-feira da semana passada o mercado encareceu e isso repercute nos açougues”, disse Alberto Williams, vice-presidente da Associação de Proprietários de Açougues.

O governo anunciou uma reunião nesta sexta-feira com representantes do setor de carnes para tentar frear o aumento do valor de um dos alimentos básicos da dieta argentina. “O que têm que pensar os produtores, os frigoríficos e os açougueiros é que o consumidor é quem vai determinar o preço da carne, porque este não compra quando não pode”, disse Williams.

(Com agência EFE)

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