Nova York, 13 jun (EFE).- A companhia siderúrgica ArcelorMittal terá de pagar US$ 25 milhões de indenização a um ex-funcionário da fábrica da cidade de Lackawanna (Nova York) por discriminação racial durante anos, publicou nesta quarta-feira o jornal ‘Buffalo News’.
Elijah Turley, um afro-americano que trabalhou para a gigante do aço entre 2005 e 2008, receberá a quantia após o júri encarregado do caso decidir por unanimidade considerar a empresa como responsável pela cultura de discriminação racial que se instaurou na fábrica.
Durante o julgamento de três semanas, Turley declarou ter sofrido assédio dos colegas de trabalho, que, segundo ele, o chamavam de ‘macaco’. Afirmou que uma vez chegou a encontrar um macaco de pelúcia pendurando do espelho retrovisor de seu automóvel.
‘É absolutamente impactante que um caso como este esteja nos tribunais em 2012’, disse em suas alegações finais o advogado do trabalhador, Ryan Mills, para quem a situação ‘deveria ser vista como atroz e intolerável em uma sociedade civilizada’.
Turley revelou também durante o julgamento que, numa ocasião, encontrou dizeres pichados alusivos ao Ku Klux Klan (grupo americano que prega o racismo) nas paredes da fábrica onde trabalhou durante 14 anos.
Após conhecer a sentença, a ArcelorMittal emitiu um comunicado de imprensa no qual garantiu que a empresa adota a política de ‘tolerância zero’ à discriminação e ao assédio, e deixou entrever a possibilidade de recorrer da sentença.
‘Estamos surpresos pela decisão de hoje. Consideramos a multa excessiva’, acrescentou a nota da empresa. EFE