Após varar a madrugada, líderes da UE retomam reunião
Reunião foi retomada por volta das 11:00, no horário de Bruxelas, após o encerramento da cerimônia na qual o tratado de adesão da Croácia foi assinado
Os líderes da União Europeia (UE) retomaram nesta sexta-feira a cúpula em Bruxelas após a longa jornada desta quinta-feira, em que as negociações estenderam-se às 5:00 da madrugada para alcançar uma maior integração orçamentária como resposta à crise da zona do euro.
A reunião dos chefes de estado e de governo foi retomada por volta das 11:00 (horário de Bruxelas), após o encerramento da cerimônia na qual o tratado de adesão da Croácia foi assinado.
A chanceler alemã, Angela Merkel, avaliou, ao chegar, ‘como muito satisfatórios’ os acordos feitos horas antes e afirmou que são prova de que a UE aprendeu ‘com os erros passados’. “Queríamos evitar compromissos ruins para o euro e conseguimos”, destacou Merkel, que ressaltou que a recusa do Reino Unido e de outros países a aderirem ao pacto para reforçar a união fiscal não impedirá o avanço da Europa.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, negou-se categoricamente nesta quinta a aceitar a reforma dos tratados proposta pelo eixo franco-alemão para evitar um endurecimento da regulação sobre o setor financeiro de Londres.
Com a recusa do Reino Unido, a UE teve de aceitar uma divisão (veja quadro abaixo) para adotar as normas de disciplina orçamentária. Aceitam, até o momento, as novas regras apenas os 17 países do euro e outros seis não membros (Bulgária, Dinamarca, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia).
Na madrugada, os líderes fizeram acordos como acelerar em um ano a entrada em vigor do fundo de resgate permanente e dotar o Fundo Monetário Internacional (FMI) com 200 bilhões de euros para ajudar países em crise. Os mercados, no entanto, responderam com pouco entusiasmo e as bolsas registraram ligeiras quedas diante das dúvidas geradas sobre o resultado da reunião de quinta-feira e as poucas medidas de curto prazo anunciadas.
Nesta sexta-feira, os 27 – aos quais se soma a Croácia, com status de observador, após a assinatura da adesão – devem fechar os últimos detalhes dos acordos econômicos de quinta-feira e abordar temas externos, como a resposta ao programa nuclear iraniano e a aproximação de países como a Sérvia e Montenegro à UE.
Uma União Europeia “desunida”
O acordo concluído nesta madrugada criou uma UE dividida em dois grupos: o de 23 países que adotaram o plano de estabilidade orçamentária e o dos quatro que não o aprovaram, entre eles a Grã-Bretanha. A UE é integrada por 27 países, 17 dos quais formam a zona do euro (que utiliza o euro como moeda única).
* 23 países aprovaram a “união de estabilidade orçamentária”: Os 17 países da zona do euro (Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Portugal) e seis países que não pertencem à união monetária (Bulgária, Dinamarca, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia).
* Três países pediram tempo para consultar seus Parlamentos e se pronunciar a respeito: República Tcheca, Suécia e Hungria.
* Recusou-se a participar: Grã-Bretanha.
(com Agência Estado, EFE e Agence France-Press)