O governo prepara um novo pacote de ajuste fiscal para reduzir as despesas obrigatórias e conseguir fechar as contas neste ano. As medidas em estudo pela equipe econômica miram um corte entre 30 bilhões e 50 bilhões de reais e estão sendo desenhadas para ter impacto nas contas públicas até o fim do mandato, em 2026.
A expectativa é que as medidas sejam apresentadas quanto antes pela equipe econômica ao presidente Lula, já que a promessa dos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet era dar andamento nas medidas após as eleições municipais, concluídas neste domingo.
Entre as propostas que estão na mesa estão alterações em benefícios temporários como seguro-desemprego, abono salarial e benefícios assistenciais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Uma das ações mais debatidas dentro da equipe econômica, segundo divulgou o jornal Folha de S.Paulo, é abater o valor do seguro-desemprego da multa rescisória do FGTS. A ideia é que, quanto maior a multa paga ao trabalhador, menor seria o valor do seguro-desemprego. Isso resultaria em uma redução no número de parcelas. Com isso, o governo conseguiria reduzir o custo total desse benefício.
Os supersalários de funcionários públicos, que envolvem remunerações que superam o teto do funcionalismo, atualmente de 44.000 reais, também estão na mira da equipe econômica do governo e devem fazer parte das propostas levadas ao presidente. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai se reunir com Lula ainda nesta semana para bater o martelo nas propostas de corte.
Segundo Haddad afirmou há duas semanas, a revisão de gastos tem o objetivo de dar vida longa ao arcabouço fiscal. “Nós temos que encontrar um caminho e fazer com que a soma das partes caiba no todo daqui para frente. Porque este ano vamos ter um resultado fiscal muito melhor do que as projeções do mercado”, afirmou. Haddad não falou qual seria o tamanho do corte, na ocasião, mas afirmou que o pacote será suficiente para fortalecer o arcabouço fiscal.