Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Após dar aval a contribuição sindical, secretário pede exoneração

Ex-secretário de Relações do Trabalho assinou nota que gerou polêmica por contrariar entendimento firmado pela reforma trabalhista sobre cobrança do imposto

Por Fabiana Futema Atualizado em 3 abr 2018, 11h01 - Publicado em 3 abr 2018, 09h16

secretário de Relações do Trabalho, Carlos Cavalcante Lacerda, pediu exoneração do cargo ao Ministério do Trabalho. A exoneração acontece após Lacerda assinar nota técnica em que dava aval para a cobrança da contribuição sindical mediante aprovação coletiva em assembleia de trabalhadores.

A nota técnica de Lacerda gerou polêmica, pois contraria o entendimento firmado pela reforma trabalhista, em vigor desde novembro, que tornou a cobrança facultativa. Até então, o desconto do imposto, equivalente a um dia de trabalho, era obrigatório, independentemente de o trabalhador ser filiado ou não ao sindicato de sua categoria. A partir da reforma, a cobrança só poderia ser feita por meio de autorização individual do trabalhador.

O Ministério do Trabalho informou que a nota técnica emitida pela Secretaria de Relações do Trabalho é um “posicionamento isolado”. “Não possui validade jurídica porque não foi aprovada pela consultoria jurídica do ministério, que se posicionou de forma contrária à nota técnica.”

A pasta diz ainda que sua posição “se coaduna com a da consultoria jurídica onde defende que o participante da categoria profissional deve se manifestar individualmente sobre o desconto da contribuição sindical”. “Não cabendo à categoria, por meio de assembleia, decidir pelo trabalhador.”

Continua após a publicidade

VEJA teve acesso à carta em que Lacerda pede exoneração do cargo. No documento, ele alega questões de ordem pessoal para se afastar do cargo a partir de 5 de abril. “Afasto-me com a missão de prosseguir com a luta incessante por melhores condições nas relações de trabalho do país.”

Procurado hoje, Lacerda não atendeu às ligações para comentar a exoneração. Sindicalistas próximos do ex-secretário disseram que ele deixou o cargo para disputar uma vaga de deputado federal do Amazonas pelo Solidariedade. A nota técnica, entretanto, causou desconforto dentro do ministério.

Continua após a publicidade

Ontem, ele disse a VEJA que a cobrança levava em conta os benefícios obtidos por todos os trabalhadores da categoria, independentemente de ser ou não filiado à entidade sindical que o representa. “Quando o sindicato consegue um aumento de salário, todos são beneficiados. Mas por que quando é na hora de pagar a contribuição o entendimento muda? Não faz sentido.”

O ex-secretário afirmou ainda que o fim da cobrança do imposto sindical colocava em risco o funcionamento de várias entidades, principalmente os de menor tamanho. “Os sindicatos maiores, de cidades como São Paulo, Rio e Minas, têm outras formas de custeio. Mas e os do Amazonas, do Amapá e outras regiões? Fica difícil para esses se sustentarem.”

(//Reprodução)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.