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Apesar de baixa divulgação, Semana Brasil faz vendas crescerem no varejo

Com avanço da vacinação, data obteve ganhos frente ao mesmo período de 2020, mas inflação e desemprego deixaram evento abaixo do que foi em 2019

Por Felipe Mendes Atualizado em 17 set 2021, 17h57 - Publicado em 15 set 2021, 09h33

Idealizada como uma data promocional para o comércio varejista em 2019, a Semana Brasil teve sua terceira edição este ano. Realizada entre os dias 3 e 13 de setembro, o evento passou quase que despercebido. As grandes varejistas que celebram sua realização pouco vincularam suas promoções à ação organizada em parceria do governo federal com o Instituto para Desenvolvimento do Varejo, o IDV. Mesmo assim, a data cumpriu seu papel. Segundo levantamento da Cielo, solicitado por VEJA, o faturamento nominal do comércio varejista no país cresceu 6,4% em comparação com os dias equivalentes à ação em 2020 — em relação à edição inicial, de 2019, o evento registrou perda de receita de 2,4%.

Na visão setorial, destacaram-se as categorias de “turismo e transporte”, com avanço de 48,8% frente a 2020, e “móveis, eletrodomésticos e departamentos”, alta de 15,4%. Já “alimentação, bares e restaurantes” e “vestuário” cresceram 13,7% e 7%, respectivamente.

A impressão de ‘esvaziamento’ do evento deste ano se deu por causa da ausência de grandes ações promocionais por parte das varejistas participantes. Algumas das principais embaixadoras da data, empresas como Magazine Luiza, Via (dona das Casas Bahia), Americanas e Centauro pouco divulgaram suas promoções referentes ao evento, que usa as cores da bandeira brasileira e ocorre próximo ao feriado de 7 de setembro, marcado neste ano por manifestações com pautas antidemocráticas em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. “As empresas podem ter ficado com receio de se posicionarem, não porque poderiam sofrer algum tipo de retaliação, mas porque os ânimos políticos andam exaltados”, diz Fabio Bentes, economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC.

Por um lado, o evento este ano se beneficiou do avanço da vacinação para Covid-19 pelo país, o que estimula uma maior locomoção dos consumidores. Mas, por outro lado, a data esbarrou no descontrole da inflação, que tem corroído o poder de consumo do brasileiro, e do alto índice de desemprego. “O mês de setembro deve ser de inflação alta, como foi agosto. Mesmo que o consumidor queira fazer um movimento de se engajar com a data promocional, é difícil preservar um espaço no orçamento para gastos extraordinários”, afirma Bentes. “A taxa de juros está mais alta e o desemprego num patamar ainda bastante elevado.”

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Vendas

Segundo os dados da Cielo, o comércio eletrônico registrou uma expansão mais acelerada para a data em relação ao último ano: 12,7%. O varejo físico, por sua vez, cresceu abaixo da média geral do mercado: 5,8%. O estado de Santa Catarina foi o que obteve maior avanço no faturamento nominal nos dias em que o evento ocorreu (14,7%), seguido por Rio de Janeiro (8,5%) e Ceará (8,1%). De modo geral, as regiões Sul e Nordeste foram as que obtiveram melhores desempenhos: uma expansão de 6,3% nas vendas, cada.

A Semana Brasil foi criada com intuito de fomentar o consumo em uma época pouco expressiva para o varejo. Nos meses de agosto e setembro geralmente não há um evento que estimule as vendas no Brasil, o que faz com que as varejistas dependam cada vez mais da Black Friday e do Natal para “salvar” o segundo semestre. Com dificuldades de cair no gosto do público, é possível que a ação perca força ou até suma do calendário nos próximos anos, a depender de quem ganhar as eleições presidenciais em 2022, já que a data foi gestada no governo de Bolsonaro.

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