Aperto fiscal dos EUA não vai ofuscar crescimento e criação de empregos, diz secretário de Tesouro
Por outro lado, presidente do FMI criticou o governo norte-americano nesta terça-feira, afirmando que cortes estão sendo abruptos
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, disse nesta terça-feira que o esforço do governo norte-americano em cortar gastos não deve ofuscar a necessidade de incentivar o crescimento econômico e a criação de empregos. “A redução do déficit sozinha não é uma política econômica. Temos que aplicar o mesmo senso de urgência para expandir nossa economia e devolver o emprego às pessoas”, disse Lew em um discurso em Cleveland.
Apesar disso, Lew criticou a política de aperto fiscal do governo, que ficou conhecida como “sequestro” e entrou em vigor no dia 1º de março. A prática cortará 85 bilhões de dólares em gastos até o fim do ano fiscal, no dia 30 de setembro. “Esta não é uma boa política pública e, certamente, não é uma boa política econômica. É hora de substituir o ‘sequestro’ antes que ele cause ainda mais estragos”, disse ele.
Para enfrentar uma taxa de desemprego de 7,5%, Lew insistiu que é necessário um ambicioso programa de construção de infraestrutura, com elementos que atraiam investimentos privados e atenuem os gastos do governo. Na semana passada, o governo norte-americano anunciou que o déficit no setor de comércio exterior de bens e serviços diminuiu 11% em maio.
Aperto fiscal – O governo dos Estados Unidos vem adotando medidas de controle fiscal, a fim de reduzir o déficit da nação e a dívida pública, que deve chegar a 108,1% do PIB deste ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Também nesta terça-feira, a presidente do FMI Christine Lagarde criticou a política fiscal do país. Ela disse, em evento em Amsterdã (Holanda), que “os planos para reduzir a dívida pública americana são muito abruptos”.
Lagarde também afirmou que medidas de austeridade e crescimento não são excludentes, mas que se os cortes continuarem tão agressivos, a economia americana pode ter uma contração de 1,5%. “Os Estados Unidos deveriam se preocupar menos com uma consolidação no curto prazo e mais em dar aos atores econômicos a certeza de que haverá uma consolidação daqui para frente”, disse ela.
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(com agência France-Presse)