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ANÁLISE-Cresce pressão para EUA liberar reserva de petróleo

Por Da Redação
4 abr 2012, 12h46

* Medida visaria evitar aumento de preços da gasolina

* Liberação precisará sair em breve para compor estoque

Por Matthew Robinson

NOVA YORK, 4 Abr (Reuters) – O presidente Barack Obama enfrenta um inimigo implacável em sua tentativa de mobilizar apoio global para liberar reservas estratégicas de petróleo: o tempo.

A administração Obama precisaria usar as reservas do governo dos EUA no mais tardar até o final deste mês para evitar um aumento nos preços da gasolina para 5 dólares por galão neste verão, o que poderia afetar sua tentativa de reeleição, dizem analistas.

A urgência em obter barris no mercado físico foi elevada pela expectativa crescente de que Obama fará o que nenhum outro presidente fez antes – recorrer à Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) por duas vezes.

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Depois que os esforços diplomáticos foram intensificados, as autoridades francesas disseram na semana passada que a mudança pode vir em breve, e a Grã-Bretanha sinalizou a sua disponibilidade para participar também, dizem as fontes.

A maioria dos comerciantes diz agora que a liberação de reservas é uma questão de quando, e não se.

Tendo perdido o elemento surpresa que teria um golpe rápido para os preços, Obama será forçado a esperar e assistir até que os barris físicos de petróleo entrem lentamente no sistema global de petróleo.

Há também potenciais de novas dificuldades logísticas desde o ano passado, quando o governo recorreu à reserva estratégica para compensar a perda de petróleo líbio.

Para construir os estoques de gasolina antes do Memorial Day que dá pontapé inicial para a temporada mais movimentada a partir do final de maio, o governo precisaria realizar uma licitação dentro de semanas para as reservas de emergência.

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Além disso, teria de trabalhar com empresas para agendar entregas de petróleo bruto às refinarias para processamento.

“O tempo a partir do momento da liberação do óleo até chegar a uma refinaria e os produtos no mercado é, geralmente, de cerca de 40 a 45 dias”, disse Charles Ebinger, diretor da Energy Security Initiative, do Brookings Institution, que tem atuado na assessoria para política de energia por mais de 50 governos.

“Se você acha que vai ter alguma pressão descendente sobre os preços da gasolina, você teria de fazê-lo agora para que a gasolina entrasse no mercado no auge da temporada de condução.”

A Casa Branca disse que todas as opções, incluindo uma redução das reservas estratégicas de petróleo, estão sobre a mesa para derrubar os preços, mas não tem falado sobre o período de qualquer ação.

Mas a pressão está aumentando para usar as reservas em breve, com a produção mundial de petróleo bruto caindo mais de um milhão de barris por dia (bpd), devido a uma série de rupturas pequenas em todo o mundo. O preço do Brent subiu 15 por cento este ano para cerca de 125 dólares.

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O anúncio da liberação em junho do ano passado pegou o mercado de surpresa, levando os preços do petróleo a desabarem 10 dólares em um dia. Desta vez, uma possível transferência tem sido discutida publicamente.

QUÃO BREVE?

Um ano atrás, demorou quase um mês entre a liberação anunciada em 23 de junho até que a primeira entrega fosse feita; e os embarques finais não foram concluídos até o final de agosto.

“Quando fizemos a liberação da Líbia, tivemos dificuldade em obter os barris previstos -se você sabe de antemão que você deseja agendar os barris no sistema de entrega, então você pode fazê-lo”, disse Amy Jaffe, um especialista em política energética da Universidade Rice, do Instituto Baker, em Houston.

A dinâmica do mercado dos EUA também mudou dramaticamente desde o ano passado, criando dificuldades logísticas adicionais que podem atrasar ou dificultar as entregas da Reserva Estratégica de Petróleo.

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O petróleo pode ser retirado da reserva a uma taxa de 4,25 milhões de barris por dia atualmente, de acordo com um funcionário do Departamento de Energia, um pouco abaixo da capacidade projetada. Mas alguns analistas questionam se a lenta distribuição de petróleo a partir da liberação de 2011 indica que as taxas seriam realmente menores. Os EUA importam atualmente cerca de 9 milhões de bpd.

Os Estados Unidos vêm enfrentando dificuldades para conseguir o apoio dos outros membros da AIE que deram um apoio para a liberação do ano passado. A Grã-Bretanha expressou sua potencial disposição para recorrer aos estoques próprios, assim como a França, que também enfrenta a pressão das eleições em maio.

Mas a chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), Maria van der Hoeven, disse em diversas ocasiões que uma liberação coordenada não se justifica pois não há interrupção de oferta significativa nos mercados mundiais de petróleo. A Alemanha e Itália disseram que se opõem.

Os opositores insistem que a reserva, que pode cobrir cerca de 80 dias de importações de petróleo, só deve ser utilizada no caso de uma ruptura.

Uso da reserva por Obama no ano passado parece ter criado uma percepção entre os comerciantes que os países consumidores podem intervir nos mercados da mesma forma os produtores podem reter as exportações de petróleo para sustentar os preços ou os bancos centrais podem ajustar as políticas para afetar o fluxo de crédito através do sistema monetário.

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O Congresso modificou recentemente a lei que rege a reserva para que ela também possa ser usada no caso de uma ruptura provocar um aumento significativo nos preços do petróleo que ameace a economia dos EUA.

Especialistas dizem que usar a SPR frequentemente para derrubar os preços configuraria uma expectativa nos mercados, que no entanto, poderia anular a capacidade de uma liberação de reserva derrubar os preços.

“Toda vez que você usá-lo o efeito é potencialmente anulado no futuro”, disse Spector.

Os defensores de uma liberação do SPR dizem que quando todo o peso de sanções dos EUA e da UE contra o Irã, que visa acabar com as ambições nucleares de Teerã, ter efeito em julho, o mercado poderá enfrentar carências de abastecimento ainda maiores e picos de preços devido à falta de óleo do segundo exportador da Opep.

REUTERS FG LC

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