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ANÁLISE-Concessões têm pouco impacto em crédito a setor elétrico

Por Da Redação
3 nov 2011, 18h34

Por Anna Flávia Rochas

SÃO PAULO (Reuters) – A indefinição sobre o que acontecerá com as concessões do setor elétrico que vencem em 2015 ainda não chega a dificultar a captação de recursos para novos projetos ou a prejudicar a gestão da dívida das empresas de energia.

“Quando se olha o portfólio das companhias, elas têm outros ativos que não estão vencendo em 2015… Não vejo nenhum tipo de dificuldade para acessar o mercado”, disse à Reuters o diretor da área de avaliação de empresas da Fitch, Mauro Storino, ao citar a recente a emissão de 1,75 bilhão de dólares em bônus pela Eletrobras.

A Cemig é outra que estaria preparando captações nos mercados interno e externo, segundo o IFR, um serviço da Thomson Reuters.

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“Não estou vendo dificuldade para as empresas do setor elétrico conseguirem financiamentos… Os ativos novos usam ‘project finance'”, acrescentou Storino, referindo-se ao modelo em que os credores se baseiam na geração de caixa futura para o pagamento de juros e do principal da dívida.

Mesmo no caso de empreendimentos antigos, o diretor da Fitch considera que “há um tempo razoável, de três anos antes 2015”.

Na mesma linha, o diretor da área de Corporate & Government Ratings da Standard & Poor’s no Brasil, Reginaldo Takara, acredita que o cenário ainda não é de preocupação para as empresas elétricas. “Pelo menos no curto prazo a pressão de refinanciamento não é tão grande e é até administrável.”

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Mas Takara considera que a permanência da indecisão sobre as concessões traria um cenário de estresse para as companhias.

“Isso poderia afetar a capacidade das empresas de rolar as dívidas… Se a decisão não avançar até 2013, tem um volume de descontratação bastante grande”, disse.

Recentemente, o presidente da transmissora de energia Cteep, César Ramirez, informou que 90 por cento da dívida da companhia, ou 1,2 bilhão de reais, estaria atrelada às concessões da empresa que expiram em 2015.

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O perfil de vencimento da dívida da estatal mineira Cemig mostra que 75 por cento do total de cerca de 13,8 bilhões de reais vence até 2014.

Já a geradora de energia Cesp e o grupo Eletrobras, controlado pelo governo federal, estão em situação mais confortável, segundo seus balanços.

A estatal paulista, uma das que tem mais ativos afetados pelo vencimento das concessões, possui mais de 80 por centoda dívida com vencimento a partir de 2015, conforme demonstrativo do resultado do segundo trimestre.

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No caso da Eletrobras, menos 10 por cento dos financiamentos do grupo deverão ser pagos antes de 2015 –considerando os vencimentos a partir de 2012.

RENOVAÇÃO ONEROSA

Os profissionais das agências de risco trabalham com a hipótese de que as concessões serão renovadas, mas de forma onerosa para as empresas.

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“O que teremos é que fazer a conta de como cada uma vai ser impactada”, disse Storino, da Fitch, que considera ainda não ser possível realizar esse cálculo, diante da indefinição sobre o tema no governo.

O diretor da Fitch ressalta que as geradoras e as transmissoras antigas têm margens de rentabilidade muito altas, não menores que 70 por cento –mais um sinal de que as tarifas devem ser reduzidas em uma eventual renovação das concessões.

Embora tenho vencimentos de dívida concentrados depois de 2015, a Cesp tende a ser mais afetada pela indefinição sobre a renovação das concessões, segundo os especialistas, já que mais de dois terços do parque gerador da empresa vence justamente em 2015.

A Cesp tem mantido uma postura mais conservadora e evitado investir em novos projetos até que saia a decisão sobre o destino das concessões.

Já outras companhias do setor elétrico têm inclusive investindo em novos ativos e diversificado os investimentos.

A Eletrobras informou, recentemente, que os aportes em novas capacidades instaladas praticamente se igualam aos ativos com vencimento em 2015.

Em geração, a Eletrobras tem mais de 12.500 megawatts que vencem a partir de 2015. Ao mesmo tempo, o grupo tem perto de 11 mil megawatts em construção, segundo dados divulgados no fim de agosto.

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