Amazon faz rodada de demissões e cortará 18 mil empregos no total
Gigante do comércio eletrônico começou processo de demissões no ano passado; inflação alta, juros e desaceleração econômica pressionam as techs
A crise nas big techs parece não ter fim. Nesta quinta-feira, 5, a Amazon anunciou que irá demitir 18 mil funcionários. O comunicado foi feito pelo presidente-executivo da Amazon, Andy Jassy, em comunicado aos colaboradores da empresa. No texto, o CEO afirma que as revisões que levaram ao plano de demissões têm como objetivo “priorizar o que é mais importante para os clientes e a saúde a longo prazo dos nossos negócios”.
Jassy disse que o anúncio foi adiantado após a informação ser vazada. “Normalmente, esperamos para comunicar sobre esses resultados até que possamos falar com as pessoas diretamente afetadas. No entanto, como um de nossos colegas vazou essa informação externamente, decidimos que era melhor compartilhar essa notícia antes para que você pudesse ouvir os detalhes diretamente de mim”. Os desligamentos devem ser efetivados nas próximas semanas.
Em novembro, foram anunciados cortes na empresa, com cerca de 10.000 desligamentos, afetando áreas como o setor de livros e de dispositivos, como o Echo. Segundo a Amazon, os 18.000 empregos não se tratam de uma nova rodada de demissões, ao contrário do informado por VEJA anteriormente, e sim da totalização do processo de redução de postos iniciados em novembro.
No ano passado, a Amazon indicou desaceleração no crescimento no fim de ano, tradicionalmente o melhor momento para o varejo em número de vendas. A empresa disse, na ocasião, que consumidores e empresas tinham menos dinheiro para gastar devido à inflação. A inflação alta, os juros pressionados e a queda da demanda do comércio online após a fase mais crítica da pandemia de Covid-19 impactaram o negócio. Em 2022, a Amazon sofreu queda de 40% em valor de mercado.
Dezenas de milhares de empregos estão sendo eliminados na indústria de tecnologia, em meio à desaceleração das vendas e às crescentes preocupações com uma crise econômica. Em novembro, a Meta, proprietária do Facebook, anunciou que cortaria 13% de sua força de trabalho, cerca de 11.000 funcionários. O Twitter, após a venda para Elon Musk, demitiu metade de sua equipe.