SÃO PAULO, 17 Mai (Reuters) – A alta de 7,36 por cento do dólar frente ao real em 2012 deve beneficiar empresas brasileiras dos setores de mineração, aeroespacial, papel e celulose e alimentos, mas prejudicar as aéreas e companhias com maiores dívidas na moeda norte-americana, afirmou o JPMorgan em relatório nesta quinta-feira.
A mineradora Vale “é uma vencedora clara” com a valorização do dólar, segundo o relatório, com aumento de 1 por cento no Ebitda para cada 10 centavos de depreciação do real.
A produtora de celulose Fibria é outro destaque, com aumento potencial de 41 por cento no Ebitda em um cenário de câmbio a 2,20 dólares.
Grandes exportadoras de alimentos, em especial o frigorífico Minerva, também devem se beneficiar, afirmaram Emy Shayo Cherman, Nur Cristiani, Diego Celedon e Arjun A. Bhatia, no relatório.
Embraer também seria beneficiada, segundo os analistas, já que 90 por cento de suas vendas são denominadas em dólares, enquanto 25 por cento de seus custos são em reais.
Por outro lado, o relatório destaca que o dólar mais alto deve prejudicar as companhias aéreas.
Usiminas também deve sofrer, já que 40 a 45 por cento de seus custos vêm de matérias-primas precificadas em dólares, ao passo que 80 por cento de suas receitas são geradas no Brasil. “A impossibilidade de reajustar preços domésticos torna a situação ainda pior”, afirmaram.
O relatório destaca ainda empresas com elevado endividamento em dólares, como Cesp e Sabesp. Também poderiam ser pressionadas por suas dívidas na moeda norte-americana a Hypermarcas e BR Malls.(Por Danielle Assalve; Edição de Aluísio Alves)