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Alta de combustíveis terá impacto limitado na Petrobras

Especialistas dizem que o reajuste de 3% para a gasolina, e de 5% para o diesel não será suficiente para repor as perdas da estatal

Por Da Redação
7 nov 2014, 09h26

O aumento da gasolina e do diesel, anunciado na noite de quinta-feira pela Petrobras, terá impacto limitado no caixa da estatal, que vem amargando prejuízos devido à defasagem dos preços praticados no mercado doméstico e o pago no exterior, na importação dos combustíveis. Especialistas avaliam que uma alta de 3% na gasolina e de 5% do diesel não é suficiente para repor as perdas da Petrobras.

Algumas horas antes do anúncio oficial, a própria presidente Dilma Rousseff fez questão de frisar que o governo mantém a disposição de não atrelar a variação de gasolina e diesel às oscilações internacionais. “Eles (conselho de administração da Petrobras) definiram o reajuste. Esse reajuste é para o passado. Para uma parte do passado. Porque vai ter um período agora em que vai ser assim: preço internacional baixo, preço nosso lá em cima. Eu passei 2004, 2005, 2006 e 2007 com essas variações. Às vezes ficava para baixo, às vezes para cima. Só não acho que seja correto querer atrelar ao preço internacional do petróleo o preço do combustível no Brasil”, declarou a presidente.

Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), os reajustes emitem um sinal de contradição na estratégia de preços adotada pelo governo federal. Ele explica que, por um lado, o ajuste não recompõe as perdas sofridas pela estatal no período em que os preços do barril de petróleo no mercado internacional estavam mais altos. “Foi um aumento muito pequeno. Se o objetivo fosse cobrir os preços do passado, teria que aumentar em torno de 20%”, afirmou Pires.

Atualmente, porém, o preço dos combustíveis no mercado doméstico entrou em paridade com os preços praticados no mercado internacional em função da queda na cotação do barril de petróleo. Mas, com o reajuste a partir de amanhã, a gasolina no Brasil ficará aproximadamente 4% mais cara do que lá fora, observou o diretor do CBIE. “Quando o barril do petróleo ficou caro, o preço da gasolina permaneceu barato. Agora que o barril ficou barato, o preço da gasolina subiu. É uma contradição”, afirmou. “O Brasil está indo contra a lógica do mercado internacional. É um sinal econômico ruim”.

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Pires mencionou que uma alternativa para reequilibrar as contas da Petrobras e aumentar a arrecadação pública seria a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O imposto sobre a gasolina também teria a função de recuperar a competitividade do etanol. “Seria um prêmio para os produtores de etanol, que é um combustível limpo, mas perdeu mercado”, afirmou.

Nos postos, calcula-se que o aumento da gasolina deve ser de pouco mais de 2%, e do diesel, de 4%, considerando também a diluição do aumento na refinaria ao longo da cadeia do setor de combustíveis, segundo uma fonte do segmento.

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Inflação – Já na inflação, o impacto estimado pela consultoria LCA é de 0,15 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014, segundo cálculos do economista Étore Sanchez, da LCA Consultores. Segundo ele, o aumento de 3% para a gasolina e de 5% no diesel já poderá ser absorvido no IPCA-15 de novembro, considerado uma prévia da inflação mensal. “Isso, adotando a hipótese de que o reajuste na refinaria poderá ser repassado integralmente aos consumidores”, afirmou. “Só uma alta corroborou nossa expectativa, que foi o do diesel”, completou, destacando que previa elevação de 5% nos preços da gasolina.

Com o reajuste, o economista da LCA revisou para cima a projeção para o IPCA fechado de 2014. A expectativa é que o índice termine o ano acima do teto da meta de 6,50%, devendo ficar em 6,60%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou na manhã desta sexta-feira que o indicador teve alta de 0,42% em outubro, acumulando alta de 6,59% em doze meses, ainda acima do teto da meta, de 6,5%.

(com Estadão Conteúdo)

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