Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Alívio para PIB do 3º trimestre, serviços ultrapassam desempenho pré-Covid

Economistas, no entanto, apostam que o setor atingiu o ápice da retomada e, devido à inflação, dificilmente irá manter as taxas de crescimento

Por Felipe Mendes Atualizado em 2 dez 2021, 22h52 - Publicado em 2 dez 2021, 18h16

A despeito do desempenho desapontador do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre de 2021, houve sim alguns pontos positivos nos resultados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, 2. Enquanto a economia do país caiu 0,1% no trimestre terminado em setembro frente ao período entre abril e junho, o setor de serviços (+1,1%) e o consumo das famílias (+0,9%) avançaram. Com receita de 1,3 trilhão de reais no trimestre, os serviços podem ter dado o último sinal de recuperação no ano, voltando a um patamar 0,6% superior ao quarto trimestre de 2019, o último indicador oficial não impactado pela pandemia de Covid-19. Tudo aponta, no entanto, para uma estagnação da retomada do setor ao fim de 2021, colocando-se como um desafio a mais para o governo em ano eleitoral.

Com uma queda de 4,5% durante o ano de 2020, era esperada uma recuperação robusta para o setor este ano. A retomada mais forte, no entanto, foi mitigada por fatores inesperados. Primeiro, uma segunda onda de Covid-19 que abalou o país entre janeiro e maio de 2021, ao mesmo tempo em que os índices de inflação foram perdendo o controle com o descompasso na cadeia produtiva, pressionando o Banco Central a elevar novamente a taxa básica de juros, a Selic. “Enquanto a gente não tiver uma inflexão nesta inflação de 12 meses, que continua crescendo e já está em dois dígitos, não tem como termos perspectivas muito positivas para o cenário econômico”, diz Alexandre Manoel, economista-chefe da AZ Quest e ex-secretário do Ministério da Economia. “A inflação persistente surpreendeu a todos, espraiando problemas tanto do ponto de vista macroeconômico como político.”

Para Fabio Bentes, economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Consumo, a CNC, o crescimento do consumo das famílias no terceiro trimestre reflete o recuo nos índices de isolamento social e, em menor escala, a retomada do emprego no segundo semestre do ano. “Entre o final do segundo trimestre e o final do terceiro, o isolamento social passou de 7,1% para 4,1%. Isso de certa forma contrabalanceou o efeito negativo que a inflação e os juros exerceram sobre o consumo”, diz ele, que projeta maiores dificuldades para o setor deslanchar em 2022. “Acredito que essa ajuda que o aumento da circulação tem dado para o consumo não deva durar muito tempo porque chegamos a uma situação de normalização. Por isso, revisamos a nossa expectativa de crescimento para o PIB deste ano de 4,8% para 4,3%.”

No acumulado dos nove primeiros meses de 2021, o setor de serviços cresceu 5,2%, atrás apenas da indústria, com 6,5%. No terceiro trimestre, as atividades do setor que mais se destacaram foram “Outras atividades de serviços” (4,4%); “Informação e comunicação” (2,4%); “Transporte, armazenagem e correio” (1,2%) e “Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social” (0,8%). Por outro lado, houve variações negativas em “Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados” (-0,5%) e “Comércio” (-0,4%). Principal empregador do país, cabe ao setor de serviços a difícil tarefa de salvar as projeções para o crescimento acima de 5% projetado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes; uma expectativa já abandonada até pelos economistas mais otimistas do país.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.