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Alemã Fraport critica critérios em leilão de aeroportos

Administradora do aeroporto de Frankfurt faz coro com a presidente Dilma e reclama das baixas exigências na licitação de Guarulhos, Viracopos e Brasília

Por Da Redação
7 ago 2012, 17h46

A alemã Fraport – que opera o aeroporto de Frankfurt, um dos mais movimentados do mundo – criticou a baixa exigência do governo para operadores aeroportuários nos leilões de Guarulhos, Campinas e Brasília. O edital fixava experiência em aeroportos com pelo menos 5 milhões de passageiros anuais, muito inferior do que atualmente se registra em Guarulhos, em torno de 30 milhões de passageiros por ano. “O Brasil é o único exemplo no mundo em que a exigência da capacidade do operador é tão abaixo da capacidade atual”, afirmou nesta terça-feira o diretor de Projetos da Fraport, Felix Von Berg, durante evento internacional sobre infraestrutura aeroportuária, que acontece em São Paulo.

O site de VEJA apurou, na semana passada, que a mesma conclusão é a da presidente Dilma Rousseff. Fontes do Planalto asseguram que ela que ficou extremamente insatisfeita com o resultado dos leilões de fevereiro, com destaque para o fato de as exigências técnicas terem sido reduzidas. Para não repetir os “erros” nas próximas licitações em estudo, a presidente deu início a uma intervenção na Secretaria de Aviação Civil (SAC) e colocou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que goza de sua inteira confiança, para tocar este projeto.

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Para Von Berg, a qualificação dos interessados devia ter sido mais rigorosa. “No Brasil, todos os interessados se qualificaram para a disputa. Na privatização do aeroporto de Nova Deli, na Índia, dos dez interessados, apenas dois se qualificaram. No caso do aeroporto de São Petersburgo, na Rússia, dos nove interessados, sete foram qualificados.” Na opinião dele, “só interessava o preço”, ou quem pagaria o maior valor de outorga. O ágio médio pago pela outorga dos três aeroportos foi de cerca de 350%.

A Fraport disputou os três leilões em parceria com a EcoRodovias e ficou em segundo lugar na disputa por Guarulhos, com uma oferta de 12,9 bilhões de reais. O consórcio vencedor, com lance de 16,213 bilhões de reais, é formado pela Invepar (Investimentos e Participações em Infraestrutura) e a ACSA, operadora da África do Sul.

No caso do consórcio que ganhou a concessão do aeroporto de Viracopos, a operadora aeroportuária que integra o grupo, a francesa Egis, está perto do limite mínimo exigido: o maior aeroporto sob sua administração é o de Chipre, com movimento de 5,5 milhões de passageiros por ano. Além da Egis, o consórcio é formado pela Triunfo e pela UTC.

Prazo apertado – O executivo da Fraport também criticou a exigência de a primeira fase das obras ser concluída em 22 meses. Ele considera um prazo apertado, apesar de reconhecer que é uma necessidade em razão da Copa do Mundo de 2014. “É desafiador e não ajuda no que se refere aos custos de construção”, explicou.

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Quanto ao aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal, leiloado em 2011, Von Berg disse que a Fraport ficou fora da disputa por avaliar o preço mínimo muito alto. A licitação foi vencida pelo consórcio Inframérica, que também ganhou a concessão do aeroporto de Brasília neste ano, formado pelo grupo argentino Corporación America e a brasileira Infravix.

De olho – Apesar das críticas ao edital, a Fraport manterá sua parceria com a EcoRodovias nos próximos leilões de aeroportos, com participação de 50% no consórcio. “O maior interesse é pelo Galeão, mas também vamos com certeza olhar os outros aeroportos, como Confins”, disse, em conversa com jornalistas.

Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Minas Gerais, devem entrar no próximo lote de aeroportos a serem concedidos pelo governo à iniciativa privada. O executivo considera factível que o edital saia no fim do ano e o leilão ocorra no primeiro semestre de 2013. “Mas ninguém sabe ao certo. Temos de esperar a decisão do governo.”

Segundo o executivo, se o governo optar pelo modelo de Parceria Público-Privada (PPP), o interesse da Fraport no setor aeroportuário brasileiro diminui. “Depende de como seria, mas não acredito que o governo brasileiro vá fazer isso”, disse Von Berg. Ele citou exemplos nos Estados Unidos de PPPs onde a área comercial ficou com o setor privado. “Há outras empresas mais qualificadas que nós para assumir apenas a área comercial. Nós somos operadores de aeroportos.”

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(com Agência Estado)

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