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Além de aviação comercial, Boeing e Embraer negociam na área de defesa

Joint venture será controlada por empresa brasileira, afirmaram executivos

Por Patrícia Basilio Atualizado em 5 jul 2018, 20h14 - Publicado em 5 jul 2018, 18h38

No documento, divulgado nesta quinta-feira (5), que anuncia a compra de 80% da área de aviação comercial da Embraer pela Boeing, as empresas mencionam a criação de uma outra joint venture (empreendimento conjunto) na área de defesa. 

Ainda há poucos detalhes sobre o arranjo – o porcentual das participações e a data de conclusão da parceria ainda não foram definidos. Mas, em conferência a investidores realizada na tarde desta quinta, executivos da Embraer afirmaram que a iniciativa será controlada pela empresa brasileira, ao contrário da joint venture de aviação comercial, que estará submetida à Boeing.

O objetivo principal é conseguir novos clientes para o cargueiro KC-390, projetado e produzido pela Embraer. No entanto, de acordo com o presidente da Embraer, Paulo César de Souza e Silva, a joint venture não vai se limitar a marketing e vendas.

“Por exemplo, se houver a necessidade de desenvolver um KC mais dedicado a um mercado específico, ou de ajustá-lo para um mercado específico, essa joint venture poderá fazer possível isso. Essa joint também poderá vender o KC para o governo dos Estados Unidos. Há um escopo muito maior, temos que trabalhar nos detalhes agora”, disse.

O KC-390 é produzido na planta de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. Em comunicado interno dirigido aos funcionários da Embraer, o presidente da empresa disse que a fábrica permanecerá sob controle da empresa.

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“A oportunidade é ótima para a Embraer colocar seus caças à venda nos países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte)”, avalia Marcos Barbieri, especialista em indústria aeronáutica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Por outro lado, precisamos avaliar se o contrato exigirá exclusividade de venda pela joint venture, o que trará prejuízos ao Brasil”, pondera.

De acordo com o economista, as negociações para a futura parceria começaram antes do acordo firmado nesta quinta (5) no segmento de aviação comercial. O contrato na área de defesa, contudo, demanda uma análise mais criteriosa.

“O projeto do KC-390, por exemplo, foi criado pela Força Aérea Brasileira. É importante que essa tecnologia seja mantida no país”, defende o professor da Unicamp.

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Soberania

Na avaliação de Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Sindmetal-SJC), a parceria entre a Embraer e a americana Boeing coloca em risco a soberania do Brasil no segmento de inovação aeronáutica. “Não temos uma montadora de carros, mas fabricamos aviões líderes de mercado. Não podemos perder isso”, argumenta.

Em nota, as empresas aéreas afirmam que a “parceria em nada afetará os negócios em andamento pela Embraer com o governo brasileiro“. Procurado, o Ministério da Defesa afirmou que se manifestará apenas após o acordo ser concretizado.

(Com Estadão Conteúdo)

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