Hamburgo (Alemanha), 17 jan (EFE).- O fabricante aeronáutico europeu Airbus alcançou no ano passado um recorde em encomendas e entregas de aviões e voltou a superar em mais um ano o seu rival, a americana Boeing.
Segundo os números apresentadas nesta terça-feira à imprensa em Hamburgo pelo presidente da Airbus, Tom Enders, em 2011 a principal filial da EADS recebeu encomendas líquidas para 1.419 aviões, já que dos 1.608 pedidos brutos é preciso diminuir vários cancelamentos, em particular um da American Airlines de 130 unidades.
Isso significa que não apenas superou em muito os 576 aviões que tinha vendido em 2010, mas também seu anterior teto histórico de 1.341 em 2007.
Também voltou a deixar para trás, pelo quarto ano consecutivo, a Boeing, que ficou com pedidos para 805 unidades. Em termos de valor, os aviões vendidos pela Airbus representam um preço de catálogo de US$ 140,5 bilhões, o que significa uma fração de mercado de 54%.
O construtor europeu se proclamou líder com muita vantagem frente a seu concorrente americano nas aeronaves de entre 100 e 200 passageiros (70% do total) e nas de mais de 375 (81% graças ao A380), mas ficou atrasado nos dois segmentos intermediários (os das aeronaves A330, A340 e A350) com 41% nos de 200 a 275 assentos e 24% nos de 275 a 375.
A verdadeira fonte de negócios para a Airbus foi o A320neo, a remodelada família de suas aeronaves que consomem 15% a menos de combustível que seus equivalentes atualmente em serviço. A divisão militar da Airbus também chegou a um número de entregas até agora não atingida, com 29 aviões.
O responsável comercial da empresa, John Leahy, manifestou sua confiança na dinâmica do setor aeronáutico em geral e de sua companhia em particular, apesar do contexto de crise financeira.
Leahy destacou que apesar dos efeitos da crise, a aviação comercial teve um crescimento em sua atividade de 45% durante a década passada, e que se mantém a tendência de que o tráfego de passageiros no mundo dobre a cada 15 anos.
A médio e longo prazo, a Airbus estima que nos próximos 20 anos faltarão 27.900 aviões novos para responder à demanda do setor no mundo, por um valor de US$ 3,5 trilhões.
O construtor europeu contratou no ano passado 4.500 novos funcionários, e sua força de trabalho no mundo aumentou até 55 mil pessoas. Em 2012, deve contratar mais 4 mil pessoas. EFE