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Airbnb na pandemia: da hora mais escura aos planos de IPO nos EUA

Reservas de alugueis em cidades vizinhas dos usuários crescem e ajudam empresa a se recuperar do que poderia ser o fim de seu modelo de negócios

Por Josette Goulart Atualizado em 13 out 2020, 18h14 - Publicado em 13 out 2020, 13h52

“Demoramos 12 anos para construir o negócio do Airbnb e perdemos quase tudo em questão de quatro a seis semanas”, disse o fundador da empresa, Brian Chesky, em junho, quando a pandemia do novo coronavírus estava no seu auge. A empresa torrou 1,2 bilhão de dólares de seu caixa. Tomou emprestado 2 bilhões de dólares. Demitiu 25% do seu pessoal. No Brasil, os cortes chegaram a 40% dos funcionários. Cortou gastos com marketing, uns 800 milhões de dólares só neste ano. Mas daí veio agosto e a empresa entregou documentos para fazer uma abertura de capital nos Estados Unidos. Ela estava à beira de uma quebra e de repente deu sinais de estar voltando à vida. Veio setembro e o Airbnb botou a mansão em que Will Smith viveu o personagem de “Um Maluco do Pedaço” para alugar, na plataforma. O marketing também mostrou que não estava tão morto assim. Na semana passada, a agência de notícias Reuters descobriu que a empresa quer levantar com o lançamento de ações uns 3 bilhões para pagar suas dívidas. De bilhão em bilhão, o que parecia ser um ano infernal para o Airbnb e o seu fundador, nesta semana está sendo retratado pelo jornal americano The Wall Street Journal como um exemplo a ser seguido.

O Airbnb voltou atrás, durante a pandemia, em muitas das suas decisões de expandir seu negócio para áreas de transporte e experiências, e gastou suas energias para manter o seu negócio principal: o aluguel de curto prazo. A empresa devolveu dinheiro aos hóspedes que tiveram que cancelar suas estadias por conta da pandemia. Ao mesmo tempo, criou regras para minimizar os riscos de contaminação por Covid-19. Reformulou seu algoritmo e começou a oferecer a seus clientes casas em regiões perto de onde moram, em cidades vizinhas. Normalmente, mal abastecidas de hotéis. A mudança parece que surtiu efeito e a empresa até recontratou alguns dos funcionários. Segundo o The Wall Street Journal, Chesky disse aos investidores e consultores que nunca mais quer ser forçado a demitir funcionários de maneira dramática e por isso vai seguir gastando menos e focado no negócio principal.

O presidente do Airbnb também passou a falar mais com seus funcionários. Uma vez por semana. Chesky inclusive é conhecido das escolas de marketing por conversar com os usuários do Airbnb e de promover mudanças na empresa com base nestes papos. E também agiu rápido às reclamações dos anfitriões quando a plataforma decidiu reembolsar todo mundo que tinha uma reserva no Airbnb, mas não poderia mais viajar por conta da pandemia. Assim, devolveu aos anfitriões um terço das estadias canceladas. Em abril, as reservas globais caíram mais de 50%, de acordo com a empresa de pesquisas de mercado AirDNA. Mas o mesmo estudo mostra que as futuras estadias reservadas nos Estados Unidos aumentaram de junho a agosto mais do que no ano passado, segundo reportado pelo jornal.

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Se esses números se confirmarem, as estimativas dos banqueiros que emprestaram dinheiro para o Airbnb em abril foram mais pessimistas do que a realidade está se mostrando. Eles esperavam um retorno da atividade só no último trimestre do ano. Estima-se que o prejuízo do Airbnb, no segundo trimestre, tenha chegado perto de 400 milhões de dólares, mas que poderá até ser convertido em lucro nos trimestres seguintes. Os números reais da companhia, no entanto, só serão conhecidos quando ela de fato fizer a abertura de capital. Os documentos que a empresa entregou à SEC, a comissão de valores mobiliários americana, foram registrados “secretamente”. Isto significa que só serão entregues para escrutínio dos investidores a poucos dias do lançamento das ações. O que se sabe é que ela quer se colocar de volta ao valor de mercado perto dos 30 bilhões de dólares. Em abril, quando pegou os empréstimos e quando parecia que tudo ia de mal a pior, os banqueiros a avaliaram em 16 bilhões. Já não era exatamente o pior dos mundos, não é mesmo?

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