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Afinal, favoritismo de Biden não é tão ruim assim para os mercados

Melhora na saúde de Trump, maior definição sobre resultado eleitoral e avanço do pacote fiscal pesaram mais nas bolsas que o favoritismo do democrata

Por Luisa Purchio 5 out 2020, 19h37

A semana começou animada para os investidores americanos, mostrando que o mercado não teme tanto assim o favoritismo de Joe Biden, na disputa presidencial, e que outros fatores pesam bem mais que a larga vantagem que ele abriu em relação a Donald Trump. São 14 pontos, segundo uma pesquisa da NBC News, em parceria com o diário The Wall Street Journal, feita após o debate presidencial na semana passada. Nessa segunda-feira, 5, o S&P 500 fechou em alta de 1,80%, a 3.408,60 pontos, e o índice Dow Jones fechou em alta de 1,68%, a 28.148,64 pontos. O otimismo refletiu nas bolsas brasileiras e o Ibovespa subiu 2,21%, a 96.089,19 pontos, impulsionado também pelas sinalizações de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, de que o estouro do teto de gastos não será aprovado pelo Congresso.

Algumas notícias contribuíram para que os investidores da bolsa de Nova York se dispusessem a comprar papéis, entre eles o fato de que o presidente Donald Trump se recupera bem da Covid-19. Além disso, o aumento da distância de Biden para o atual governante americano vem sendo entendida como positiva por diminuir as chances de Trump contestar os resultados eleitorais. Esses dois fatores, apesar de diferentes, têm o mesmo significado positivo para Wall Street: eliminam riscos de turbulências. Além disso, a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA deu sinais de avanços no Congresso sobre a aprovação de um novo pacote de benefícios. “O mercado quer um pacote que vai ajudar a economia americana a continuar em um ritmo de recuperação acelerado, e ao mesmo tempo com maior previsibilidade com relação ao que pode vir a acontecer depois das eleições”, diz Victor Beyruti, analista da Guide Investimentos.

É sabido que o republicano Trump agrada mais ao mercado financeiro que o democrata Biden principalmente por causa dos impostos que o opositor deseja impor às empresas. De outro lado, porém, os analistas chamam a atenção de que Biden não pertence a uma ala radical de seu partido. Além disso, ele é favorável a mais investimentos em infraestrutura, o que é bom para as empresas desse setor. Outra questão importante é que há ainda muitas peças no tabuleiro eleitoral e a sua direção pode mudar bastante até o dia do pleito, como o fato de que a contagem dos votos das eleições americanas funcionarem por meio de colégios eleitorais. Hillary Clinton, por exemplo ganhou a eleição em número de votos, mas não em número de colégios eleitorais. Além disso, ainda precisam ser definidas algumas cadeiras no Senado, hoje majoritariamente republicano, mas que corre o risco de se tornar democrata. Como hoje a Câmara dos Representantes já tem maioria democrata — dominância com risco quase nulo de mudar –, esse seria outro fator negativo para o mercado, porque daria muito poder para os democratas. “A condição ideal é que um partido não tenha as duas casas e a Presidência, o ideal é que você fique no meio. Claro, seria melhor em geral para o mercado se o Trump ganhasse, mas não é o fim do mundo se o Biden ganhar”, diz o sócio da Portofino Investimentos, Adriano Cantreva.

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A maior estabilidade contribuiu com a desvalorização do dólar no mundo, porto seguro dos investidores, nessa segunda-feira, 5. O DXY, índice que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, principalmente o euro, fechou em queda de 0,37%. O maior apetite ao risco influenciou também nos títulos do Tesouro Americano. Os bonds com data de vencimento mais longo, de 30 anos, subiram 1,581%, o mais alto em quase quatro meses.

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