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Ações da Petrobras disparam e puxam alta da bolsa brasileira

As ações da Petrobras tiveram alta de 14,13%, reagindo após oito quedas seguidas, período em que acumularam desvalorização de quase 40%

Por Reuters Atualizado em 29 Maio 2018, 19h05 - Publicado em 29 Maio 2018, 18h02

A bolsa brasileira fechou com o Ibovespa em alta nesta terça-feira, após quatro sessões seguidas de perdas, em movimento guiado pela recuperação das ações da Petrobras, mas longe das máximas da sessão, conforme persiste o desconforto entre agentes financeiros com a deterioração no cenário político e nos fundamentos econômicos do país.

O principal índice de ações da B3 subiu 0,95%, a 76.071 pontos. O volume financeiro do pregão somou 15,791 bilhões de reais.

A alta ocorreu após quatro sessões seguidas de queda, em que o Ibovespa acumulou perda de quase 9%. Apenas na véspera, o índice caiu 4,5%, para 75.355 pontos, menor patamar de fechamento desde 22 de dezembro de 2017.

Os principais destaques do pregão foram as ações da Petrobras, que tiveram alta de 14,13%, reagindo após oito quedas seguidas, período em que os papéis acumularam desvalorização de quase 40%. Para analistas, contudo, as incertezas que cercam a companhia continuam elevadas, principalmente no que diz respeito à política de preços.

Em teleconferência com analistas nesta terça-feira, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, admitiu que a credibilidade da companhia foi afetada, mas ressaltou que qualquer medida adotada pelo governo na área de combustíveis respeitará os conceitos da política de formação de cotações da petrolífera de controle estatal.

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Na visão do analista de investimentos Leandro Martins, da corretora Modalmais, a alta no Ibovespa nessa sessão foi um movimento técnico, apoiado em algumas buscas de barganhas de papéis que caíram muito nos últimos dias. “É um movimento com viés mais especulativo”, afirmou o profissional.

Para ele, a volatilidade deve dar o tom nos próximos dias, dada a piora na percepção do cenário político doméstico combinada com a avaliação de um efeito negativo da greve dos caminhoneiros na atividade econômica e nas contas públicas. “Muita gente que estava entrando na bolsa com visão mais positiva em termos de fundamentos ficou com um pé atrás”, disse.

Estrategistas do Santander afirmaram em nota a clientes que a incerteza atual em relação ao orçamento fiscal do governo e a baixa visibilidade nos riscos de estabilização dos mercados “nos impedem de ser positivos no curto prazo com o Brasil, mesmo com preços (valuations) menores”.

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A alta do Ibovespa contrariou o viés negativo no exterior, onde o dólar se fortaleceu ante uma cesta de moedas e Wall Street fechou no vermelho.

“Houve um exagero na queda das ações brasileiras na véspera”, acrescentou um gestor ouvido pela Reuters.

Os papéis da BRF recuaram 3,64%, em meio ao forte impacto para o setor de proteínas em razão da greve dos caminhoneiros.

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