Ação da Eletrobras cai mais de 15% na BM&FBovespa
Analistas projetam preço do papel a 1 real devido à renovação das concessões
As ações da estatal de energia elétrica Eletrobras derreteram novamente na BM&FBovespa nesta segunda-feira com a proximidade da renovação das concessões de energia elétrica pelo governo federal. A Eletrobras, que já afirmou que aceitará as condições de renovação propostas pelo governo federal e rechaçadas pelas demais elétricas, é a empresa mais penalizada por investidores na bolsa. Depois da queda de 13% na sexta-feira, o papel PNB da empresa recuava 15,43% no encerramento do pregão desta segunda – sua pior queda em mais de 15 anos. Já o papel ON caía 13%. Apenas em novembro, empresa perdeu quase 40% de seu valor de mercado.
A expectativa da própria empresa é de que sua receita caia 30% em 2013, o que reduzirá sua capacidade de pagar dividendos aos acionistas. O Barclays estabeleceu um preço-alvo de apenas 1 real para o valor da ação da estatal em 2013. Nesta segunda-feira, o papel fechou cotado a 9,81 reais, que é o menor preço de fechamento do papel da empresa desde 2005. Já o principal índice acionário brasileiro, o Ibovespa, subiu 1,89% nesta segunda-feira.
Perdas bilionárias – Depois de divulgar resultados decepcionante na noite de quarta-feira, a Eletrobras admitiu que poderá ter novas perdas contábeis quando lançar no balanço ativos não envolvidos na renovação antecipada das concessões com vencimento entre 2015 e 2017. Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira, em que convocou acionistas para uma assembleia em 3 de dezembro para deliberar sobre a proposta do governo de renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico, a Eletrobras informou que deve reconhecer perda de ativos da ordem de 17,8 bilhões de reais.
Apesar das perdas, a Eletrobras já afirmou que não pretende questionar nenhum ponto da Medida Provisória que estabeleceu as regras da renovação dos contratos.