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Abilio dá início às mudanças na BRF – a começar pelo ‘franguinho’

Há pouco mais de quatro meses na presidência do Conselho de Administração da companhia, Abilio começou uma intensa revisão de cargos, funções, processos e estratégias de negócio

Por Naiara Infante Bertão
14 ago 2013, 20h31

Com exaustivas trocas de elogios sobre eficiências de gestão, a nova linha de frente da BRF – formada por Abilio Diniz, José Antônio do Prado Fay e Claudio Galeazzi – explicou na tarde de quarta-feira a razão das mudanças na estrutura e troca de cadeiras da companhia, que já haviam sido antecipadas pelo mercado. Segundo Abilio, que garantiu sua posição na chefia da BRF após mais uma disputa com o sócio francês Jean-Charles Naouri, sua gestão tem por objetivo fazer com que a companhia deixe de ser somente uma exportadora para se tornar uma empresa global. “Queremos agregar, fazer com que o que fizemos aqui possa ter um produto final de maior valor agregado”, disse o empresário, utilizando o jargão dos negócios para afirmar que a multinacional quer vender mais lácteos, congelados e processados – e não apenas o ‘franguinho’ dos velhos tempos de Sadia e Perdigão.

Em coletiva à imprensa, o também presidente do conselho do Pão de Açúcar explicou que o trabalho de consultoria da Galeazzi, do BCG e da McKinsey promoveu um mergulho profundo nas estruturas internas e identificou que podem ser gerados ganhos da ordem de 1,9 bilhão de reais nos próximos três anos em diversos setores, desde que a empresa invista 800 milhões de reais em melhora da gestão e aumento da gama de produtos com maior valor agregado. O “mergulho” foi feito por 70 pessoas divididas em quatro grupos de trabalho. Elas buscaram oportunidades de melhoria como aumento de receita via volume, melhoria da margem via precificação e mix, redução de despesas e aumento no giro dos ativos.

“Nos próximos 60 dias vamos focar na criação de controle de caixa, rever todos os contratos e acompanhar de perto o investimento da empresa”, explicou Galeazzi, que foi nomeado presidente da BRF nesta quarta. Nos próximos quatro meses será a vez do mergulho na área industrial, quando serão revistos todos os processos e também a reavaliação do mercado externo.

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Mudanças – Abilio, que entrou há pouco mais de quatro meses no Conselho da companhia, já promoveu uma reviravolta, criando uma nova estrutura de cargos executivos e levando para a companhia seu braço-direito, Galeazzi. Segundo o empresário, o foco da BRF deixará de ser a indústria e passará a ser o consumidor. “A empresa era empurrada pelo industrial. O que eles fabricavam, o setor de vendas precisava vender. Agora será diferente. O foco será no consumidor. Vamos ouvi-lo e ver o que ele deseja, pensa e quer. E, assim, demandar (os produtos) do setor industrial”, disse Abilio

Além disso, os vendedores também mudarão sua estratégia: em vez de venderem apenas um produto, cada um agora terá uma gama de mercadorias à disposição – uma “racionalização da área”, segundo o novo presidente. Questionado se haveria demissões, Galeazzi deixou claro que os vendedores ociosos serão direcionados para outro plano da companhia, de expansão da área de vendas. “Há uma grande área branca que precisamos ainda entrar, capturar mais clientes”, diz.

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Mesmo assim, o executivo garante que não quer sua cara na empresa. “Demorei cinco anos para profissionalizar o Pão de Açúcar, tirar minha cara. Não tenho a menor intenção de deixar a BRF com a cara do Abilio. Dei uma contribuição importante agora e vou dar uma maior lá na frente, mas estou deixando que a companhia caminhe com as próprias pernas”, afirmou o empresário.

Em sua nova etapa, a BRF não deve, porém, mudar sua estratégia de produtos, mas, segundo Abilio, há áreas para serem exploradas como a de lácteos. “Temos convicção que podemos aumentar o segmento de lácteos, mas vamos continuar a fazer o que já sabemos fazer de melhor”.

Já o recém-destituído presidente, José Antonio Fay, afirmou que sua saída é necessária diante do novo momento da companhia. “Meu papel era fazer essa fusão. Eu achava que ia ser um trabalho difícil, juntar duas companhias com mais de 100 mil pessoas e com a rivalidade que elas tinham. Passamos por uma crise financeira, pelo aumento do preço dos grãos no ano passado e conseguimos fazer a fusão, preparar a estrutura para a internacionalização e ainda crescer 100% nesses anos”, disse. “Esta não é uma ruptura. É um ciclo normal de uma companhia que sai de um processo de fusão. Mudança de liderança é boa para a companhia neste momento”, afirmou.

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