AB InBev aposta na alta do salário no Brasil para vender mais
Maior fabricante de cervejas do mundo diz esperar a ampliação das vendas no país graças ao aumento de 7,5% no salário mínimo
No Brasil, a AB InBev comercializa as marcas Brahma, Antarctica, Skol, Stella Artois, entre outras
Ambev reportou lucro líquido de 2,34 bilhões de reais no 1º trimestre, 12,3% maior que o verificado em igual período de 2011
A Anheuser-Busch InBev, maior fabricante mundial de cerveja, elevou as vendas da bebida nos Estados Unidos pela primeira vez em três anos e afirmou que o aumento dos salários deve elevar o consumo no Brasil.
A fabricante de marcas como Budweiser e Stella Artois vendeu 1,8% mais cerveja e outras bebidas no primeiro trimestre e viu seu Ebitda – sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – crescer 7,4%, para 3,55 bilhões de dólares. O resultado ficou pouco abaixo da expectativa média de analistas, de 3,58 bilhões de dólares.
A AB InBev, que garante quase 90% de seu lucro nas Américas, aposta no rápido crescimento do mercado brasileiro e na tendência de maior consumo de marcas premium nos Estados Unidos, onde a receita vem subindo, apesar da queda do volume diante da crise econômica.
Quanto ao Brasil, seu segundo maior mercado, a companhia afirmou que o aumento de 7,5% no salário mínimo deve ajudar a acelerar o consumo. A AB InBev tem quase 50% do mercado de cerveja nos Estados Unidos – o segundo maior do mundo depois da China – e quase 70% do mercado brasileiro.
Entre suas rivais, a holandesa Heineken, a maior vendedora da Europa, vendeu mais cerveja que o esperado nos primeiros três meses de 2012, e convenceu consumidores a mudar para marcar premium. Além disso, a SABMiller reportou aumento de 3% nos volumes de cerveja entre janeiro e março com o crescimento dos mercados emergentes, compensando o declínio na Europa e América do Norte.
Ambev – No Brasil, a Ambev – divisão da AB InBev com atuação e capital aberto no Brasil – divulgou nesta segunda-feira lucro líquido 12,3% maior no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2011, para 2,34 bilhões de reais.
De janeiro a março, a empresa vendeu 42,2 milhões de hectolitros, ante 40,8 milhões um ano antes, com receita líquida por hectolitro de 171,3 reais, de acordo com o resultado consolidado da empresa. “Continuamos com a expectativa de crescimento de receita líquida por hectolitro em linha com a inflação para o ano”, disse a companhia em comunicado.
“Para o restante do ano, o aumento da renda disponível deve contribuir para que o volume no Brasil volte a crescer em 2012, com um maior equilíbrio entre volume e preços em comparação com 2011”, aponta o balanço. A cervejaria também disse estar preparada para investir até 2,5 bilhões de reais em 2012 dependendo do nível dos impostos federais.
O custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro cresceu 5,4% no trimestre, por conta dos maiores custos com matérias-primas e embalagens, que foram compensados por ganhos em hedge (proteção) de moeda estrangeira e pela comparação com o custo da cerveja no Brasil no primeiro trimestre.
A maior cervejaria do Brasil disse também ter registrado receita líquida de 7,235 bilhões de reais nos três primeiros meses do ano, um avanço anual de 10,3%. O crescimento orgânico no período foi de 9,8%, após avanços no Brasil, Argentina e Canadá, e reajuste de preços nos mercados da companhia.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 3,39 bilhões de reais de janeiro a março, com alta de 9,4% na comparação anual. A margem Ebitda passou para 46,9%, ante 47,2% no mesmo intervalo de 2011.
Os investimentos do primeiro trimestre somaram 365,6 milhões de reais, direcionado principalmente para ampliação da capacidade produtiva no Brasil.
(com agência Reuters)