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A resposta do secretário do Tesouro às críticas do mercado à elevação do rating

Rogerio Ceron disse que não vê como um brasileiro pode não estar feliz com a elevação do rating pela agência de classificação de risco Moody's

Por Camila Pati Atualizado em 3 out 2024, 14h48 - Publicado em 3 out 2024, 14h29

O secretário do Tesouro, Rogerio Ceron, disse nesta quinta-feira, 3, que o país tem muito a comemorar nessa semana, com a elevação do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s, na terça-feira, 1º. “Não vejo como um brasileiro não está feliz com esse resultado, com esse avanço do país”, disse Ceron, sobre a nota do Brasil que foi de Ba2 para Ba1, segundo a Moody’s, por conta das “as significativas melhorias de crédito” do país. No relatório, a agência disse que espera que essas melhorias continuem, o que inclui um crescimento mais robusto do que o previamente esperado e uma crescente trilha de reformas econômicas e fiscais.

Nós conseguimos um avanço importante, mais um passo, mais uma agência de rating reconheceu os avanços adicionais do país e nos colocou a um passo do grau de investimento”, disse Ceron, destacando que a elevação da nota é relevante para todo o Brasil.  “Não só nos colocou a um passo do grau de investimento, como nos manteve uma perspectiva positiva, um outlook positivo, sinalizando que, no horizonte, de até 18 meses, ela pode materializar mais uma mudança de rating e, portanto, o retorno do grau de investimento para o país.”

Embora existam desafios fiscais a serem enfrentados, Ceron disse que o país está no caminho certo, com uma base fiscal mais sólida, o que é um passo importante, embora insuficiente por si só.  “É um país que cresce bem, cresce forte, foi reconhecido, que tem feito reformas adicionais. Foi reconhecido que o país tem desafios fiscais que precisam ser endereçados, mas a agência reconhece também os avanços que estão acontecendo, como estamos mostrando aqui, uma grande recuperação da base fiscal, que é um passo importante, não é suficiente, mas é um passo importante, o processo de recuperação fiscal”, disse o secretário, durante a coletiva para comentar os resultados das contas do governo central em agosto.  O Governo Central registrou déficit primário de 22,4 bilhões de reais em agosto, menor resultado para o mês desde 2021. 

Sobre a surpresa do mercado financeiro com a elevação do rating do Brasil em um momento em que crescem preocupações com o cenário fiscal do Brasil, o secretário disse que é evita comentar opiniões e que é preciso cautela na hora de considerar análises, já que muitas vezes pode haver uma falta de isenção e conflito de interesses, com posições ligadas a câmbio ou juros. “É  importante que as opiniões tragam um pouco do aspecto metodológico. Eu vejo muita pouca discussão ou argumentos ou afirmações em respeito à mudança de rating ou à situação em relação à metodologia que essas agências utilizam. Qual o indicador que não está compatível com a nota que nós temos?”

Desde o início de seu mandato, Ceron disse que o objetivo central da política fiscal era recuperar o grau de investimento do Brasil. “ O nosso plano de voo sempre foi muito claro. Desde a minha primeira entrevista no cargo de Secretário do Tesouro, eu mencionei que um dos objetivos principais, o grande legado da política fiscal, seria a recuperação do grau de investimento, que seria um desafio extremamente difícil, agressivo”.

Ceron disse também que a materialização da recuperação do grau de investimento vai  depender do cumprimento do compromisso com a responsabilidade fiscal, com a observância do arcabouço fiscal e com a entrega dos resultados fiscais. “Nós estamos diante de uma oportunidade. O país está diante de uma oportunidade”, disse.

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