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A relação das eleições no Congresso com a alta do dólar

Moeda americana fechou em alta acima de 2%, a 5,478 reais; Na semana, cada dólar ficou 0,17 centavos mais caro ao investidor

Por Luisa Purchio Atualizado em 22 jan 2021, 20h45 - Publicado em 22 jan 2021, 19h43

O temor pelo aumento do risco fiscal e as incertezas sobre como o combate à Covid-19 se dará no Brasil pesaram fortemente na cotação do real nesta semana. Em sete dias, cada dólar ficou 0,17 reais mais caro para o investidor, uma valorização de 3,29% em relação ao real – para o turista, a alta é ainda maior. Nesta sexta-feira, 22, o dólar comercial disparou mais uma vez e fechou em alta de 2,14%, a 5,47 reais. A moeda americana continua se desvalorizando no mundo, mas os problemas domésticos brasileiros estão anulando todas as perdas que vêm ocorrendo nos mercados internacionais com a expectativa por mais pacotes fiscais vindos do governo de Joe Biden.

Por aqui, a maior preocupação dos investidores é em relação ao teto de gastos, que está sendo colocado em xeque com a proximidade para as eleições à presidência do Congresso. Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato à presidência do Senado, declarou em entrevista que sua primeira medida caso seja eleito será procurar alguma forma de estender os auxílios emergenciais em conjunto com o governo federal. “Pode ser eventualmente um incremento do Bolsa Família, compatibilizando com o teto de gastos públicos. Nós vamos buscar essa solução”, disse ele.

Apesar de se declarar a favor do limite de despesas, as falas assustaram os investidores. “Com a popularidade do presidente piorando a olhos vistos, seria inevitável um gesto rumo ao aumento de gastos, deixando de lado a estratégia ortodoxa de Guedes”, diz André Perfeito, analista da Necton Investimentos. Com a remuneração da dívida pública pressionada pelo mercado, a subida da Selic aconteceria muito antes do que se esperava. “As apostas começam a subir nos contratos de vencimento mais curto, sugerindo que o Banco Central deve sim subir os juros já na reunião de março”, diz ele.

Além disso, a efetividade da vacinação da população brasileira ao novo coronavírus está sendo questionada pelos investidores. A disputa política entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Dória, candidatos para as eleições presidenciais de 2022, cria atritos no plano de imunização no país. Nesta semana, problemas com a falta de insumos chineses para a fabricação das vacinas pelo Instituto Butantan se somaram aos “fura filas” no Amazonas e agravaram ainda mais o quadro. Para piorar a situação da moeda brasileira, novos lockdowns foram declarados em São Paulo, indicando mais uma paralisação da economia.

Para evitar uma disparada ainda maior da moeda americana, o Banco Central realizou um leilão de contratos de swap para fins de rolagem, para vencimento em 3/5/2021 e 1/9/2021. Todos os 14.430 contratos ofertados foram vendidos. A estratégia de injetar dólar na economia para evitar uma desvalorização maior do real continuará sendo aplicada. A partir da quarta-feira, 27, a instituição dará início à rolagem de 234.996 contratos, em um valor total de 11,8 bilhões de dólares, com vencimento para o dia 1/3.

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