A reação do mercado financeiro com Tebet no Planejamento
Com a nomeação da Senadora para o Planejamento, a área econômica tem maior peso político do que técnico, o que deixa os investidores em alerta
A definição de que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) fará parte da equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impactou o mercado financeiro. A senadora ficará a frente do Ministério do Planejamento, pasta que tem entre as principais atribuições a formulação do Orçamento do governo.
Na terça-feira, 27, a bolsa de valores terminou em leve baixa, de 0,15%, a 108.576,52 pontos, enquanto o dólar comercial terminou em alta de 1,48%, a 5,287 reais. O movimento principalmente de alta do dólar dá uma sinalização sobre a recepção dos investidores ao nome à frente da pasta. “Não quer dizer que o mercado desgosta da Tebet, mas que ele tem muito receio do peso político na nomeação das pastas do novo governo, ou seja, os investidores gostariam de um maior equilíbrio entre as nomeações políticas e técnicas”, diz Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.
Um dos temores se deve ao fato de que daqui a quatro anos Simone Tebet irá concorrer novamente ao cargo de presidente da República, o que dá um peso político ainda maior à sua atuação na pasta. “É um gato que está em cima do telhado já algum tempo, mas ter números de análise econômica dá um pouco mais de medo de que a inflação pode ser maior que em 2022. Essa é a grande preocupação, que estaríamos muito longe de cumprir a meta de inflação”, diz Pasianotto.
Além de Tebet, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi nomeado ao Ministério da Fazenda. A outra pasta desmembrada do atual Ministério da Economia, Desenvolvimento, Indústria e Congresso, será comandada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), todos os três nomes político e potenciais postulantes ao Planalto nas próximas eleições.