À espera do leilão de petróleo, dólar cai a R$ 3,99 com reformas de Guedes
Possibilidade do fim da guerra comercial também influencia moeda; Ibovespa termina pregão praticamente estável, aos 108,7 mil pontos
O dólar comercial teve queda de 0,47% nesta terça-feira, 5, sendo negociado a 3,99 reais para a venda, voltando a ficar abaixo do patamar de 4 reais. O declínio da moeda americana frente ao real ainda é reflexo do otimismo global com a possibilidade de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, que deve colocar um fim à guerra tarifária travada entre as duas potências. O entusiasmo veio também do cenário interno, com a entrega de parte das propostas de reformas fiscais pós-Previdência ao Senado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
As propostas tratam a respeito de três temas distintos. A reformulação do pacto federativo sugere alterar a forma como a União, estados e municípios arrecadam dinheiro. A PEC Emergencial, por sua vez, prevê o acionamento mais célere de mecanismos para conter gastos obrigatórios e abrir espaço para investimentos no Orçamento. Por fim, a PEC dos fundos recomenda a revisão de 281 fundos públicos para liberar cerca de 200 bilhões de reais que hoje estão travados, como o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).
Além disso, há grande expectativa dos investidores com o leilão da cessão onerosa que será realizado pela Agência Nacional do Petróleo nesta quarta-feira, 6. O pleito colocará em disputa campos de petróleo do pré-sal, que hoje estão em posse da Petrobras. O governo espera arrecadar mais de 100 bilhões de reais, dos quais um terço serão repassados para estados e municípios e outro terço será pago à própria Petrobras.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, ficou praticamente estável, com leve queda de 0,1%, aos 108.719 pontos. O ligeiro recuo foi influenciado pela maior cautela do mercado, que, após consecutivos recordes, decidiu esperar o desenrolar dos eventos programados para a semana, como a oferta pública do pré-sal. “As ações da Eletrobrás, por exemplo, valorizaram bastante nos últimos meses após a notícia de que a estatal seria privatizada. Porém, o mercado percebeu que esse movimento deve demorar para acontecer, por isso os papéis apresentaram queda nesta terça-feira”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton. “Os investidores estão prudentes, mas, se tudo der certo no leilão da cessão onerosa, a expectativa é que a bolsa volte a subir”, acrescenta Perfeito.
(Com Reuters)