À espera de decisões de BCs pelo mundo, dólar sobe 0,7% e bolsa cai 0,8%
Mercados aguardam possíveis cortes de juros na próxima semana nos EUA, no Brasil, no Japão e na Inglaterra, seguindo a posição adotada pelo BCE
O dólar comercial subiu 0,69% nesta sexta-feira, 13, negociado, em média, a 4,09 reais para a venda. As boas notícias que vieram do exterior nos últimos dias não foram suficientes para segurar a alta da moeda americana. O corte de juros e a retomada das compras mensais de ativos para estimular a economia da região europeia, anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira, 12, e os gestos amigáveis feitos entre os Estados Unidos e China para aliviar as tarifas impostas entre os países, dando indícios de que a guerra comercial travada entre as potências poderia ser solucionada, não contiveram a elevação do câmbio. O dólar acumulou ligeira elevação de 0,19% na semana.
O dólar aumentou em razão da cautela dos mercados com a agenda da semana que vem, momento em que reuniões de política monetária serão realizadas por nove bancos centrais globais, incluindo Inglaterra, Japão, Brasil e Estados Unidos. Na mesma estratégia adotada pelo BCE, tais bancos devem manter a posição agressiva de reduções nos juros, com o objetivo de evitar a recessão econômica global.
Internamente, segundo operadores, o dólar também acelerou em alta contra o real por causa da fala de Paulo Guedes, Ministro da Economia, sobre Argentina e Mercosul. “Seja quem for o presidente da Argentina, se quiser abrir o Mercosul estaremos juntos, mas se quiser o Mercosul como instrumento ideológico para permanecer fechado como foram os últimos 30 anos, não queremos”, afirmou Guedes.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão desta sexta-feira com queda de 0,83%, fechando aos 103.501 pontos. O forte declive de 450 pontos aconteceu em menos de meia hora, agitando uma sexta-feira 13 que aparentava ser mais tranquila. Nesta semana, a bolsa acumulou alta de 0,55%.
De acordo com pesquisa feita pela Reuters, o Copom deve cortar a taxa básica de juros em 50 pontos base na reunião da próxima quarta-feira, 18, para 5,50% ao ano. Todos, exceto um dos 30 economistas consultados, esperam um segundo corte, parte de um ciclo de flexibilização iniciado em julho.
O mercado doméstico já espera que o Copom corte a taxa de juros, mas nos EUA ainda existe grande dúvida entre uma redução de 25 pontos base ou a manutenção da taxa, segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. Na visão de Albertman, dados positivos nas vendas do varejo nos EUA reduzem a chance de um corte de juros por parte do Federal Reserve, o BC americano, levando investidores a agirem com cautela.
(Com Reuters)