
Em reunião privada com empresários brasileiros e membros do International Business Council em Davos, na tarde desta sexta-feira, a presidente respondeu a perguntas sobre a política fiscal e as concessões, temas abordados durante seu discurso oficial no Fórum Econômico Mundial. Durante o encontro, a presidente foi questionada especificamente sobre o superávit primário e a burocracia. “Ela reconheceu os problemas (relacionados à burocracia), mas também disse que o governo está fazendo o possível para resolvê-los. Ela foi muito franca e falou com mais desenvoltura” afirmou um dos empresários, que disse que a presidente deu ênfase na questão da burocracia do país. Segundo a fonte, ela reconhece que existe muito erro e disse estar tentando “dar a volta por cima na questão da eficiência”.
Os executivos estrangeiros, por desconhecerem a célebre truculência da presidente quando é colocada em situações constrangedoras, foram praticamente os únicos a se manifestar. O único brasileiro a falar foi o banqueiro André Esteves. Segundo empresários que estavam presentes no encontro, a fala dele foi em tom de elogio à condução da política econômica da presidente. Um dos presentes disse ainda que Dilma negou as reclamações do empresariado de que seu governo é intervencionista nas concessões. Segundo ela, a intenção é de apenas “garantir que haja concorrência”. A agenda da presidente tem se mostrado dinâmica durante sua estadia em Davos. Para os empresários interessados, de fato, nas palestras — se é que existem — , as constantes mudanças de horário das reuniões resultaram em contratempos. (Ana Clara Costa, de Davos)
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