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Doria afirma que presença de Bolsonaro na COP26 seria ‘inútil’

Governador de São Paulo participa da cúpula e tenta ocupar o vácuo deixado pelo governo federal; presidente não foi ao evento após o G20

Por Victor Irajá Atualizado em 2 nov 2021, 09h00 - Publicado em 1 nov 2021, 17h13

O clima de disputa eleitoral entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, ganhou ringues internacionais como cenário visando seus objetivos para 2022. Enquanto tentam consolidar-se em torno de uma agenda verde, o governador paulista vem apresentando resultados mais palatáveis do que a versão que Bolsonaro tenta vender na Conferência do Clima, a COP26, em Glasgow, na Escócia. O governador paulista embarcou para o Reino Unido para participar da Conferência do Clima após comitiva que visitou Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Já Bolsonaro, que participou da cúpula do G20 na Itália, não participa do evento na Escócia. Na COP, Doria busca se distanciar da gestão federal e ocupar o vácuo de poder deixado pelo governo federal em relação à gestão ambiental, principalmente em relação à imagem do país no exterior.

Questionado por VEJA, Doria afirmou que “São Paulo não aceita esse distanciamento e o desprezo por parte de outros entes que não respeitam a gestão ambiental”. Ele afirmou que o governo de São Paulo quer ampliar o fundo para a Amazônia de 100 milhões de reais para 500 milhões de reais, e se comprometeu a equiparar as doações para o fundo com o que for concedido pelo setor privado. Em sequência, Doria fez troça sobre a ausência de Bolsonaro na Cúpula do Clima. “Seria uma presença inútil, não serviria para nada a não ser para convulsionar ainda mais o ambiente na Cúpula do Clima. Já há uma circunstância bem reativa em relação ao Brasil sem a presença do presidente Jair Bolsonaro”, disse. “Haveria uma conflagração absoluta de ambientalistas e governos em relação à presença do presidente”.

Bolsonaro deixou para o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, a grande notícia do dia, sem muito detalhamento. O ministro anunciou um compromisso de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 50% até 2030, ante a previsão de 43% anteriormente estabelecida. Leite afirmou que o país passará a meta de neutralidade da emissão de carbono, atingindo a neutralidade das emissões em 2050, e não mais em 2060, como antes previsto. O presidente, por sua vez, enviou um vídeo curto para tentar contornar a péssima imagem da gestão do meio ambiente no exterior. Ele apresentou o país como uma “potência verde” e afirmou que o Brasil “sempre fez parte da solução, não do problema”. Nesta segunda-feira, 1º, líderes como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson discursaram na conferência do clima. 

Esforço

Ainda em Dubai, Doria aproveitou a questão ambiental para mostrar a cara verde de sua gestão. Lá, o tucano anunciou o investimento de 100 milhões de reais em pesquisa na região amazônica, com financiamento por parte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e reforçou a consolidação do Programa Refloresta, que prevê a restauração de 1,5 milhão de hectares de mata nativa no estado. Já em Glasgow, nesta segunda-feira, 1º, Doria reforçou o compromisso do governo de São Paulo com o Acordo de Paris e afirmou que o país se tornou “uma má referência” em torno das questões ambientais.

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Aliados do governador apontam o desafio, ainda não aproveitado por Doria, de ocupar o espaço deixado por Bolsonaro na gestão do meio ambiente. Em conversas privadas, secretários afirmam que o governador conseguiu opor-se ao presidente como defensor da vacina, ao trabalhar pela CoronaVac, enquanto Bolsonaro debruçava-se em sua diatribe contrária à imunização contra a Covid-19. Doria aproveita, agora, a agenda internacional para colocar-se como oposição à gestão de Bolsonaro em relação à agenda verde, mas tomando cuidados. O governador tem a ingrata missão de vender que o governo de São Paulo e o agronegócio paulista respeitam o meio ambiente, sem exaltar a gestão federal.

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