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A atenção do Goldman Sachs sobre mudanças nos juros do Fed

Banco analisa que o Fed está em direção a um pouso suave, mas ainda há mais caminho a percorrer para garantir esse resultado

Por Luana Zanobia Atualizado em 14 jun 2023, 11h26 - Publicado em 9 jun 2023, 11h20

O Goldman Sachs, um dos mais prestigiosos bancos de investimento do mundo, tem monitorado atentamente a situação econômica dos Estados Unidos e as políticas do Federal Reserve (Fed), o banco central do país. O banco prevê que a entidade fará uma pausa para avaliar a situação antes de considerar um novo aumento nas taxas de juros. O Federal Reserve já indicou que adotar tal pausa é um curso prudente de ação, considerando a incerteza em relação aos efeitos retardados dos aumentos de juros já implementados e o impacto do crédito bancário cada vez mais restrito. Ambos os fatores aumentam o risco de um aperto acidentalmente excessivo.

Apesar dessas preocupações, há sinais encorajadores de que o risco negativo para a economia está diminuindo.  “As lições aprendidas com o estresse bancário levaram a uma confiança razoável de que os juros não causará um golpe recessivo. Por estas razões, a probabilidade de uma recessão em 12 meses foi recentemente reduzida para 25%. No entanto, entende-se a posição cautelosa adotada pela liderança do Fed”, apontam os analistas do banco em relatório.

Porém, apesar dessa expectativa, o Goldman Sachs também prevê que a taxa de juros permanecerá alta, dado que o Fed quer ver uma melhora mais substancial na inflação. “O progresso em direção a um pouso suave continua no caminho certo, mas ainda há mais caminho a percorrer. O núcleo da inflação caiu menos do que esperávamos até agora, mas esperamos uma grande desaceleração ainda este ano e vemos muito menos motivo para as autoridades do Fed ficarem ansiosas do que no verão passado, porque a inflação está se normalizando e há sinais encorajadores de arrefecimento à frente”, relata o banco.

A expectativa do banco indica mais um alta adicional ao longo do ano, levando a taxa para o pico de 5,25 a 5,5%. A visão do banco continua a ser mais agressivas do que os preços do mercado para os próximos dois anos. “Isso se deve principalmente ao fato de vermos uma probabilidade menor de recessão do que a maioria dos participantes do mercado. Além disso, acreditamos em uma barreira um pouco mais elevada para cortes de juros”, analisam.

A economia ainda enfrenta desafios significativos, mas os indicadores sugerem que o risco de uma recessão em larga escala foi atenuado, e o progresso está sendo feito em direção à estabilização. A decisão de fazer uma pausa em sua reunião de junho reflete um nível saudável de cautela e prudência na política monetária. Em um ambiente de incertezas, é crucial que os tomadores de decisão tenham a oportunidade de avaliar a situação com clareza antes de procederem com qualquer ação que possa impactar a economia. Entretanto, é preciso notar que os dados econômicos mais fortes não são garantia de um futuro estável. Fatores externos e internos podem influenciar a economia de formas imprevisíveis. Ainda assim, as projeções para 2023 apontam para um aumento na taxa de crescimento do PIB e uma queda na taxa de desemprego, indicando que a economia pode estar se encaminhando para uma recuperação.

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