Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

A artimanha filantrópica de Elon Musk para abater impostos

O bilionário fez uma doação de 5,7 bilhões de dólares com a venda de ações, mas o ato também pode ajudar a reduzir sua conta de impostos

Por Luana Zanobia Atualizado em 16 fev 2022, 03h24 - Publicado em 15 fev 2022, 11h28

O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e fundador das empresas SpaceX e Neuralink, fez uma doação de 5,7 bilhões de dólares com a venda de ações no final de novembro do ano passado, entre 19 a 29 de novembro, de acordo com um documento da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission – SEC), segundo reportagem da Bloomberg.

Essa já é considerada umas das maiores doações da história, mas o relatório não contém o nome da instituição beneficiária do valor, e ainda traz uma pessoa não identificada envolvida na transação. Meses antes da doação, Musk e David Beasley, diretor do Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP, na sigla em inglês), entraram em um embate após Beasley afirmar que 2% da fortuna de Elon Musk, pouco mais de 6 bilhões de dólares, poderia dar fim à pobreza mundial. Em resposta, o bilionário tuitou em sua rede social: “Se o WFP puder descrever neste tópico do Twitter exatamente como 6 bilhões resolverão a fome no mundo, venderei as ações da Tesla agora mesmo e farei isso”. Dias depois, a ONU respondeu no Twitter detalhando como a quantia poderia ser destinada para erradicar a fome.

Musk pode até estar comprometido a cumprir sua palavra, mas seu ato de caridade também pode ajudar a reduzir sua conta de impostos. Em 2021, o empresário pagou 11 bilhões de dólares em taxas. Musk já vendeu 16 bilhões de dólares em valor de ações para cobrir o exercício de e quase 23 milhões de dólares de opções de ações até agosto, mas ainda resta um saldo bilionário. As vendas das ações também acontecem em um momento em que o empresário começa a ser pressionado pelo Congresso Americano, que vem discutindo uma proposta de taxação de fortunas, do qual Musk é contra. Ele não recebe salário das suas empresas, mas é remunerado com o prêmio das ações. Por isso, a taxação de fortunas atingiria em cheio o seu patrimônio de 227,3 bilhões de dólares, que o torna a pessoa mais rica do mundo.

O imposto sobre fortuna prevê a taxação do valor dos ativos líquidos de um indivíduo, o que inclui bens como carros, imóveis, ações, negócios e demais propriedades de valor. Um projeto de lei da senadora Elizabeth Warren, chamado de Ultra-Millionaire Tax Act, busca taxar 2% do patrimônio líquido individual, na faixa entre 50 milhões de dólares e 1 bilhão de dólares, e 3% sobre o patrimônio na faixa acima de 1 bilhão de dólares. Propostas semelhantes estão sendo elaboradas na Califórnia, na Austrália e na África do Sul. Recentemente, Musk anunciou a mudança de sede da Tesla da Califórnia para Austin, no Texas, estado onde não incide cobrança de imposto de renda pessoal e corporativo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.