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Yuval Harari vai aos quadrinhos para ampliar o legado de ‘Sapiens’

Fenômeno de vendas, o livro 'Sapiens: Uma Breve História da Humanidade' ganha versão em HQ com a meta de levar ciência e história aos mais jovens

Por Amanda Capuano Atualizado em 13 nov 2020, 20h07 - Publicado em 12 nov 2020, 11h13

Sentado em uma poltrona avantajada e com o universo ao fundo, um homem magro, calvo e com óculos retangulares lê um livro que carrega no colo. “Aproximadamente 14 bilhões de anos atrás, a matéria, a energia, o tempo e o espaço começaram a existir em função do que chamamos de big bang.”, diz o balão que abre a história em quadrinhos Sapiens: O Nascimento da Humanidade. A graphic novel, que chega às lojas a partir dessa sexta-feira, 13, é a primeira de quatro volumes que trará novo visual e formato ao best-seller do historiador israelense Yuval Noah Harari, Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, que já vendeu mais de 16 milhões de cópias em todo o mundo. Ilustrado pelo francês Daniel Casanave, Harari, aos 44 anos, vira personagem de seu próprio livro, no qual assume o papel de contador de histórias.

Sapiens – O Nascimento da Humanidade, de Yuval Noah Harari (Tradução de Érico Assis; Quadrinhos na Cia; 248 páginas; 69,90 reais e 39,90 o e-book) (//Divulgação)

Lançada pela primeira vez em 2011, a obra original narra a jornada da humanidade desde o surgimento das primeiras espécies do gênero Homo, nossos primos pré-históricos, na região da África Oriental há 2,5 milhões de anos, até o modelo de humanidade globalizada que temos hoje, com sociedades concentradas e altamente sociáveis. Com uma escrita fluida, mais próxima da literatura popular do que dos intrincados artigos universitários, Harari conquistou ao transformar história e ciência num texto de fácil compreensão e identificação com o leitor. “Uma grande armadilha da ciência é que ela costuma ser muito mais complicada do que teorias da conspiração, e cientistas falam em jargões, números estatísticos e gráficos, coisas que as pessoas acham complicadas de entender, porque nosso pensamento funciona em forma de narrativas”, explicou o autor em entrevista ao The Guardian.

Yuval Harari como personagem de Sapiens, em quadrinho (Reprodução/Divulgação)

Com a adaptação para os quadrinhos, Harari sobe mais um degrau na democratização do conhecimento, transportando o leitor a uma viagem pela história da humanidade com a clareza e a simplicidade de quem conta uma fábula infantil. “Nós permanecemos fieis aos fatos e teorias científicas, mas podemos experimentar novas formas de contar a história para alcançar mais pessoas.” Assim, com os traços de Casnave, o Homo Sapiens, Homo Herectus, Homo Neanthertalensis e outras espécies do gênero ganham cards personalizados com nome, localização, longevidade, pontos fortes e fracos, como em um jogo de Super Trunfo. O impacto da humanidade no ecossistema é convertido em um caso criminal, submetido ao crivo da juíza Gaia — nome dado em referência a deusa da terra na mitologia grega e romana — e a extinção de tigres e mamutes ganha ares de thriller policial.

Não é de hoje que a cultura pop tenta tornar a ciência algo de fácil absorção. O caminho, porém, é pedregoso, e muitos autores acabam sendo criticados mais do que aplaudidos. No Brasil, por exemplo, a série Guia Politicamente Incorreto, do jornalista Leandro Narloch, fez sucesso entre os jovens, mas acabou na mira de acadêmicos por sua narrativa breve, que carece de mais embasamento. Para além dos livros, de tempos em tempos, as redes sociais são tomadas por pesquisadores furiosos com youtubers que propagam conteúdos históricos errôneos. Harari vai na contra-mão destes exemplos, aliando aprofundamento teórico e embasamento científico a uma narrativa envolvente. Ainda bem.

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