O grande vencedor da noite na festa de premiação do Festival do Rio, na noite de terça-feira, no Cine Odeon, foi o longa ‘VIPs’, de Toniko Melo, estrelado por Wagner Moura. O filme, que faturou quatro troféus – incluindo o de melhor filme de ficção pelo júri – e mais 40 mil reais em prêmios, é baseado na história real de Marcelo Nascimento, um golpista que chegou a se passar pelo filho do dono de uma das maiores companhias aéreas do Brasil.
‘VIPs’ ainda conquistou três das quatro categorias destinadas aos atores. Wagner Moura levou o troféu Redentor de Melhor Ator, mas coube ao diretor Toniko Melo representá-lo, já que o intérprete do Capitão Nascimento estava em Paulínia, no interior de São Paulo, para a pré-estreia de Tropa de Elite 2. Os prêmios de atriz e ator coadjuvantes ficaram com Gisele Fróes e o argentino Jorge D’Elía, ambos do elenco de VIPs.
“Pela atuação do Wagner, eu já esperava uma premiação. A Gisele (Fróes) também estava maravilhosa. Mas o que me deixou muito feliz foi o prêmio do D’Elía. Vocês não têm noção. Ele é uma entidade na Argentina, um espécie de Paulo Autran de lá. Foi uma honra trabalhar com ele”, disse o diretor, acrescentando que adora dirigir atores. “Me dou bem com eles. Acho que tenho um pé na loucura dos atores.”
Toniko Melo, diretor de ‘VIPs’ recebe o prêmio do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes
Outro forte concorrente ao principal prêmio da noite era Riscado, de Gustavo Pizzi. O filme – que foi o filme mais aplaudido pela plateia durante o clipe que apresentou os concorrentes – rendeu o troféu de Melhor Atriz a Karine Teles por sua atuação no papel de Bianca, uma atriz que luta para sobreviver de sua arte.
O bom humor da premiação, que ficou a cargo dos atores Déborah Bloch e Vladimir Brichta, acabou deixando o prefeito do Rio, Eduardo Paes, sem graça. Ao longo de todo o evento, a apresentadora brincou com o fato de o festival ser um ambiente fértil para fazer contatos e conseguir bons papéis no cinema nacional. Ao subir no palco para entregar o prêmio principal a ‘VIPs’, Paes tentou fazer piada dizendo que, “apesar da RioFilme ser independente, o prefeito é sempre um bom contato”. Essa foi a deixa para a atriz fazer um lobby pelo teatro, que ela classificou como o primo pobre do cinema. “Que tal resgatarmos o Teatro da Glória?”, atacou. Paes ensaiou uma reação, enumerando medidas como a compra do Teatro de Ipanema – mas o estrago já estava feito. No fim da festa, Déborah usou o microfone para desculpar-se com o prefeito.
“Brinquei com coisa séria, mas já é um grande avanço termos o prefeito do Rio presente nos nossos eventos culturais – coisa que não tínhamos até pouco tempo”, amenizou.
Confira abaixo a lista completa dos premiados:
CURTA-METRAGEM
Curta-metragem – voto popular
“Um outro ensaio”, de Natara Ney
Curta-metragem – júri
“Vento”, de Marcio Salem
Prêmio especial do júri
“Geral”, de Anna Azevedo
LONGA-METRAGEM
Melhor atriz coadjuvante
Gisele Fróes, “Vips”
Melhor ator coadjuvante
Jorge D’elia, “Vips”
Melhor roteiro
Marcelo Laffitte, “Elvis & Madonna”
Melhor montagem (edição)
“Boca do lixo”, por Vânia Debs
Melhor fotografia
“Boca do lixo”, por Adrian Terrido
Melhor documentário – voto popular
“Positivas”, de Susanna Lira
Melhor documentário – júri
“Diário de uma busca”, de Flávia Castro
Melhor atriz
Karine Teles, por “Riscado”
Melhor ator
Wagner Moura, por “Vips”
Melhor direção
Charly Braun, por “Além da estrada”
Melhor ficção – voto popular
“O senhor do labirinto”, de Geraldo Motta e Gisella de Mello
Melhor ficção – júri
“Vips”, de Toniko Melo
DOCUMENTÁRIO
Melhor documentário – voto popular
“Positivas”, de Sussana Lira
Melhor documentário – júri
“Diário de uma busca”, de Flávia Castro
MOSTRA NOVOS RUMOS
Paranã-Puca, Onde o Mar se Arrebenta, de Jura Capela