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Van Gogh sofria de ‘delírio’ por abstinência alcoólica, aponta estudo

O artista, internado e forçado a parar de beber depois de cortar a própria orelha, teria passado por episódios de 'alucinações insuportáveis'

Por Tamara Nassif Atualizado em 3 nov 2020, 20h00 - Publicado em 3 nov 2020, 18h06

O pintor Vincent Van Gogh provavelmente sofria de “delírio” causado por abstinência alcoólica durante seus últimos anos de vida, sugere um estudo conduzido por pesquisadores do University Medical Center Groningen, na Holanda. O artista teria sido acometido pela abstinência após o famoso episódio em que cortou a própria orelha com uma lâmina e, internado, foi forçado a parar de beber durante o tratamento.

O estudo alega que Van Gogh estava cada vez mais dependente de vinho e absinto entre 1886 e 29 de julho de 1890, dia de sua precoce morte. Ao longo de seus 37 anos, o artista havia desenvolvido um quadro de transtorno bipolar com traços de síndrome de borderline, o que, somado a um excesso de consumo alcoólico, desnutrição e “tensões psicossociais crescentes”, culminou na crise em que cortou a orelha, em 1888.

Desde então, Van Gogh foi hospitalizado três vezes consecutivas em um hospital francês, entre dezembro de 1888 e maio de 1889, até ser transferido para um sanatório em Saint-Rémy-de-Provence. Foi durante duas de suas internações que os delírios ocorreram: segundo escritos do próprio artista, ele estava sofrendo de “alucinações insuportáveis”, ansiedade, pesadelos e um estado descrito por ele como “uma febre ou loucura, mental ou nervosa, não sei bem como explicar, nem como nomear”.

Os pesquisadores acrescentam que os dois delírios relacionados à abstinência foram seguidos por “episódios depressivos graves dos quais ele não se recuperou totalmente e que o levaram a cometer suicídio”.

A investigação da pesquisa se deu por meio de análises de 902 cartas de Van Gogh – 820 destas endereçadas ao irmão Theo –, bem como de prontuários da época, feitos pelos médicos que o trataram. Também foram conduzidas entrevistas com três historiadores que estudaram o artista em profundidade. Apesar de minuciosa e de poder descartar com segurança alguns diagnósticos sugeridos anteriormente, os autores alertam que a pesquisa deve ser tratada com cautela. Como não existiam técnicas de imagem e testes de sinais elétricos para cravar o quadro clínico do artista, assim como logicamente não o entrevistaram, “ninguém nunca saberá com certeza o que realmente aconteceu”.

“Embora as cartas de Van Gogh contenham muitas informações, devemos lembrar que elas não eram endereçadas aos seus médicos, mas ao irmão Theo e a outros membros da família. Ele pode ter minimizado ou até mesmo embelezado certas ocorrências, para tranquiliza-los”, disse Willem Nolen, professor emérito de psiquiatria e coordenador da pesquisa. “Portanto, nosso artigo certamente não será o último sobre os transtornos de Van Gogh.”

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