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Uma rainha contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil

Fundação Childhood, da rainha Silvia da Suécia, promove show no Theatro Municipal do Rio para chamar atenção para o problema

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
16 Maio 2011, 15h31

“Como mãe, senti que era meu dever falar sobre isso. Esse não é um problema só do governo ou dos políticos, mas de todos nós”, disse a rainha

Ela nasceu na Alemanha e acabou virando rainha na Suécia. Mas foi em São Paulo, onde viveu com os pais dos 4 aos 13 anos, que Silvia Renata de Toledo Sommerlath, filha de um empresário alemão com uma brasileira, fez seus primeiros amigos e aprendeu a falar português – um dos seis idiomas que domina. Hoje, aos 67 anos, Sua Majestade Rainha Silvia da Suécia retorna ao Brasil por uma causa nobre: divulgar o trabalho de sua fundação, a Childhood Brasil, na luta contra a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes.

Para chamar atenção para o problema, será realizado um show no Theatro Municipal do Rio, nesta terça-feira, com a participação de artistas como Ana Botafogo, Caetano Veloso, Djavan, Maria Gadú, Milton Nascimento, Patrícia Pillar, Sandy e outros. O espetáculo contará ainda com direção geral de Monique Gardenberg, direção musical de Guto Graça Mello, cenário de Gringo Cárdia, iluminação de Maneco Quinderé e figurinos de Cao Albuquerque.

A agenda da rainha Silvia, que fica no país até o dia 21, também inclui sua participação, na próxima quarta-feira, num congresso sobre abuso e exploração sexual infantil, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Na ocasião, juízes de todo o país vão relatar suas experiências com depoimentos de crianças vítimas de abuso ou exploração sexual.

Até agora, o lobby da rainha já ajudou na aprovação de uma resolução no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinando a implementação de novas práticas para a tomada de depoimentos de crianças nos tribunais brasileiros. A ideia é que os depoimentos sejam colhidos por um psicólogo em uma sala especial dotada de um circuito interno de TV, permitindo o acompanhamento de juízes, promotores e advogados.

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“A criança revive o trauma várias vezes. Primeiro, quando conta para os pais, depois para o médico, polícia e juiz. Com as salas especiais, elas só precisam falar uma vez. O juiz e o promotor fazem a pergunta a um psicólogo, assistente social ou educador. E apenas esse profissional falará com a criança. Já implementamos uma dessas salas no Tribunal de Justiça de Pernambuco e as próximas devem ser no Rio e em São Paulo”, explicou a rainha, nesta segunda-feira, durante entrevista coletiva no Rio.

O envolvimento da rainha Silvia com o tema do abuso e da exploração sexual infantil surgiu após um caso que chocou a Suécia na primeira metade da década de 1990. “Fiquei muito chocada. Percebi que era um tema que ninguém queria falar. Então, como mãe, senti que era meu dever falar sobre isso. Esse não é um problema só do governo ou dos políticos, mas de todos nós”, contou. “É importante lembrar que esse não é um problema só no Brasil nem apenas das classes menos favorecidas. Acontece em todo o mundo”, completou.

No Brasil, a Childhood Foundation já fechou um pacto com mais de 900 empresas e entidades empresariais visando ao combate da exploração sexual infantil nas estradas do país. Um dos focos do trabalho da ONG são as campanhas de conscientização de caminhoneiros.

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