Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Tudo – até Chris Brown – é dispensável no 7º CD de Rihanna

Em 'Unapologetic', seu novo álbum de estúdio, a cantora de Barbados atira para todos os lados -- do hip hop à música eletrônica -- e acerta muito pouco

Por Carol Nogueira
22 dez 2012, 07h34

Desde que sua carreira estourou com Good Girl Gone Bad (2007), seu terceiro disco, Rihanna tem surpreendido crítica e fãs por lançar um álbum (bom) por ano. Não foi o caso em 2012. O álbum que saiu nesta semana, Unapologetic, sucessor de Talk That Talk (2011), é extremamente irregular: tem poucas canções boas, muitas dispensáveis, e atira para todos os lados.

As temporadas que a cantora tem passado em Barbados, sua terra natal, são uma clara influência do disco, que tem várias canções inspiradas por dub e reggae, ritmos musicais bastante populares na América Central. Em outras faixas do disco, aparecem ainda como referências muito hip hop e música eletrônica (french house, electro, dubstep). E, no meio disso tudo, ainda há espaço para baladas com piano.

O disco abre com Phresh Out The Runway, escrita pelo DJ francês David Guetta com produção do cantor The-Dream, autor de Umbrella, um dos primeiros hits de Rihanna. É essencialmente feita para as pistas de dança, com batidas de electro e versos de hip hop. A segunda faixa é Diamonds, o primeiro single do álbum, que tem grande potencial “chiclete”, graças aos produtores StarGate e Benny Blanco (autor de outros hits, como California Gurls, de Katy Perry, e Moves Like Jagger, do Maroon 5).

Continua após a publicidade

Na terceira faixa, começa a parte hip hop do disco, que poderia ser facilmente limada. Até Numb, que tem participação de Eminem, é um dub tedioso até dizer chega. Sem falar que Eminem só aparece aos 2:20 — até lá, o ouvinte já desistiu da faixa. A seguinte, Pour it Up, segue com ritmo parecido, mas mais atmosférica. A quinta, Loveeeeeee Song, segue a mesma linha, mas é um pouco mais interessante que as duas anteriores, graças à participação do ótimo rapper Future, revelação deste ano.

Depois de Loveeeeeee Song vem a pior música do disco, Jump, produzida pelo poderoso duo de música eletrônica Chase & Status, com breaks de dubstep — gênero musical que se assemelha a drum ‘n bass mais lento e que virou moda no fim de 2011 – e, ainda bem, foi embora tão rápido quanto veio. A seguinte, Right Now, novamente com participação do DJ David Guetta, ajuda Rihanna a se redimir em partes. É o tipo de música que deve fazer sucesso nas pistas, seguindo a linha french house.

Rihanna pode ter feito sucesso com músicas pop, mas é nas baladas que a cantora solta a voz e mostra o que tem de melhor. What Now, a oitava música do disco, é tão bonita e grandiosa que chega a dar arrepios — é música para ser cantada no ponto alto de um show. Ela também faz bonito em Stay, que tem participação do cantor revelação de R&B Mikky Ekko.

Continua após a publicidade

https://youtube.com/watch?v=T7q1FNsXAuo

Mulher de malandro – Outro problema do disco é que Rihanna parece estar o tempo todo cantando sobre ter voltado com o cantor Chris Brown, com quem havia terminado o namoro em 2009 após ter sido agredida por ele. Isso fica evidente na canção Nobody’s Business, que tem participação de Brown. “Isso não é da conta de ninguém, só da minha e do meu bebê”, canta Rihanna, em uma evidente referência ao episódio.

Ela também parece estar se referindo ao caso na faixa seguinte, Love Without Tragedy/Mother Mary, na qual canta “O que é o amor sem tragédia?” — uma clara tentativa de minimizar o fato de ter voltado com o namorado que a espancou. Essa parte final do disco é marcada por mudanças bruscas de ritmo entre uma canção e outra. Rihanna passa de baladas com piano para o reggae chatinho de No Love Allowed, e, então, para Lost in Paradise, outra música de pista.

Continua após a publicidade

Há quem diga que o amor desperta o melhor nas pessoas. Mas isso não parece ter se concretizado com Rihanna depois que a cantora voltou com Chris Brown. Unapologetic não é Rihanna em seu melhor, mas tem algumas (poucas) faixas que valem a pena. Um conselho para o fã dedicado: tenha paciência para lidar com tamanha esquizofrenia e não tenha pudor em mudar de faixa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.