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Trio inglês Depeche Mode volta ao Brasil em 2018

Os mais de 100 milhões de discos vendidos que o trio inglês acumula em 36 anos dão ideia do tamanho do fenômeno comercial que ele representa

Por Da redação
20 mar 2017, 10h56

Difícil descrever a sensação de escutar ao vivo a voz de Dave Gahan quando ele começa a cantar. O impacto é instantâneo e parece trazer memórias de uma vida toda. Poucas bandas definiram tanto o som de uma época (ou épocas, mais exatamente) como eles. Portanto, não é exagero afirmar: ver o Depeche Mode tocar é ver a história.

Os mais de 100 milhões de discos vendidos que o trio inglês acumula em 36 anos de carreira dão uma ideia do tamanho do fenômeno comercial que ele representa. Mas não dá a medida exata da presença e da influência de seus hits na cultura pop das últimas décadas. Mas até os que não gostam da banda são capazes de reconhecer e quiçá cantarolar músicas como Strangelove, estrondoso sucesso de 1987, ou a não menos clássica Enjoy the Silence, de 1990, ambas compostas pelo tecladista, vocalista e guitarrista Martin Gore.

O Depeche Mode ditou como poucos os rumos da música eletrônica na fronteira entre o pop e o rock nas décadas de 1980 e 90. O ápice de seu protagonismo parece estar na sequência dos discos Music for the Masses (1987), Violator (1990) e Songs of Faith and Devotion (1993). Se desde então o grupo não atingiu o mesmo grau de influência, sua carreira continuou sólida, arrastando multidões a shows e lançando um disco a cada três ou quatro anos.

“Nós realmente não imaginávamos que iríamos chegar tão longe”, diz Andy Fletcher, tecladista e membro fundador da banda, na tarde de sábado, dia seguinte ao show de lançamento do disco novo. Cada um dos membros da banda dá entrevistas separadas a jornalistas de diversos países em salas do luxuoso hotel Waldorf Astoria. Foi o dia todo assim, e Fletcher está cansado, de costas para a janela que dá para a estação Zoologischer Garten. “Estamos bem animados. É sempre bom sair em turnê com um disco novo.”

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Spirit, o décimo quarto álbum de estúdio do trio, tem doze faixas e foi produzido por James Ford, da dupla Simian Mobile Disco. É um disco mais soturno, carregado na eletrônica, e que vem com um forte discurso de questionamentos. “Nós raramente somos assim tão políticos”, avalia Fletcher. “Faz algum tempo que as coisas estão bagunçadas, agora com Brexit, Trump. Martin sentiu que era a hora de tratar dessas coisas mais claramente.” A escolha do primeiro single, a faixa Where’s the Revolution, deixa clara a postura da banda.

A Global Spirit Tour começa em Estocolmo no dia 5 de maio e varre a Europa e as Américas com muitos dos shows já esgotados, quase todos em estádios para dezenas de milhares de pessoas. A boa notícia é que os (muitos) fãs brasileiros vão poder ver a banda de perto novamente, após 24 anos de espera. E que espera sofrida: em 2009 o grupo cancelou os shows que faria no Rio de Janeiro e em São Paulo; em 2014 houve muita especulação acerca de uma participação no Lollapalooza, que não se confirmou. O Depeche Mode vem ao Brasil em 2018, e as informações sobre a vinda devem ser divulgadas nos próximos dias.

Fletcher nada pode falar sobre os dois shows que a banda fez no antigo Olympia, em São Paulo, em abril de 1994: ele havia deixado a turnê e voltado para casa pouco antes, por conta de uma crise nervosa. Mas ele revela ter boas expectativas. “Eu sei que temos muitos fãs no Brasil, e o público sul-americano em geral é sensacional”, diz. “E eu não estou falando só por falar!”

Em dado momento, seu celular apita. “Yes!”, exclama, para logo depois se desculpar por interromper a entrevista. “É que meu time está jogando.” Gary Cahill acaba de desempatar com um gol que pouco depois daria a vitória ao Chelsea sobre o Stoke City. Minutos antes, Fletcher falava sobre como gosta do fato de, apesar do sucesso, poder ter uma vida relativamente normal. “A privacidade é algo muito importante, senão nada disso teria sentido. E temos sorte, nossos fãs em geral são muito respeitosos.” O gol lhe traz alívio, seu humor melhora. É de fato um homem normal, à mercê do sucesso do goleiro de seu time como qualquer um de nós.

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Dentre as razões da longevidade da banda, a capacidade de renovar sua base de fãs é talvez a mais importantes. “É algo muito bom ver como normalmente as primeiras fileiras dos nossos shows estão tomadas por jovens”, diz. No lançamento de Spirit, na última sexta-feira, muitos dos que cantavam de cor canções como Personal Jesus e Walking in My Shoes sequer haviam nascido quando o Depeche Mode estourou com Just Can’t Get Enough, em 1981. “O que é curioso nisso é que nós jamais fizemos alguma coisa na intenção de conseguir isso. É algo incrível, sem dúvida uma das razões de ainda estarmos vivos, mas eu não sei por que acontece.”

As razões parecem ser muitas: o casamento entre a eletrônica e o rock, os vocais e a presença de palco de Gahan, a entrega nos shows, a capacidade de se reinventar dentro de um estilo próprio, a poesia estranha das letras e o faro fatal de Gore para hits são algumas das marcas mais evidentes nesses quase quarenta anos de carreira. Os mais românticos que se preparem: o retorno ao Brasil promete grandes doses de nostalgia.

(Com Estadão Conteúdo)

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