Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela inicia perícia sobre eleição de Maduro
Presidente da Corte declarou que resultado terá caráter inapelável e obrigatório
Em meio à pressão internacional, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela declarou, neste sábado, 10, que começou a fazer uma auditoria sobre a eleição presidencial vencida por Nicolás Maduro no mês passado. De acordo com a corte venezuelana, a perícia resultará em uma decisão inapelável e obrigatória. “Esta sala eleitoral continua com a perícia iniciada em 5 de agosto de 2024 a fim de produzir a sentença definitiva que dê resposta ao presente recurso, o que terá caráter de coisa julgada por ser este órgão jurisdicional a máxima instância no tema eleitoral, razão pela qual suas decisões são inapeláveis e de cumprimento obrigatório”, disse Caryslia Beatriz Rodríguez, a magistrada à frente do Supremo e do órgão eleitoral.
Eleito com 51,2% dos votos, mas sem apresentar as atas eleitorais, Nicolás Maduro é acusado pela oposição de fraudar o pleito. A oposição também alega que tem 80% das atas e, de acordo com elas, González Urrutia venceu a eleição. Na sexta-feira, 9, Maduro visitou a Suprema Corte e pediu para que seja validada sua reeleição.
Pressão da oposição
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, propôs ao líder do país, Nicolás Maduro, uma “negociação para a transição democrática”, que “inclui garantias, salvo-condutos e incentivos” para que o chavista deixe o poder na Venezuela em meio a acusações de fraude nas eleições, informou a agência de notícias AFP, também na sexta, 9.
Escondida desde a semana passada por medo das forças de repressão do regime de Maduro, Corina respondeu à distância a perguntas enviadas pela AFP, afirmando que a oposição está determinada em avançar num processo de negociação. “Será um processo de transição complexo, delicado, no qual vamos unir toda a nação”, disse ela.
Corina disse que Maduro “perdeu completamente a legitimidade”, insistindo que o candidato apoiado por ela, Edmundo Gozález Urrutia, venceu as eleições com 67% dos votos. Na semana passada, a coalizão que desafiou o regime nas urnas publicou um portal onde foram disponibilizados os boletins de urna com os resultados das eleições presidenciais, no intuito de comprovar a vitória da oposição.